Economia

90% da obra da Pequena Central Hidrelétrica de São Martinho está concluída

Orçada em R$ 50 milhões, a estimativa inicial é que a produção renda cerca de R$ 2,7 milhões por mês.

Foto: Aline Vieira / Cerbranorte / Notisul

Foto: Aline Vieira / Cerbranorte / Notisul

O ritmo das obras da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Capivari, construída na comunidade de Salto, em São Martinho, na divisa com São Bonifácio, está acelerado e a previsão é que em março do próximo ano seja inaugurada. A PCH tem 18 megawatts de potência, o suficiente para abastecer os municípios de Braço do Norte e Rio Fortuna, por exemplo. 

Mais de 140 trabalhadores então divididos em três frentes de trabalho. De acordo com o presidente da Cerbranorte Geração, Valério Perin, os serviços estão concentrados na construção da barragem, que foi iniciada em setembro, na casa de força, que está 95% concluída, e na rede de transmissão, que tem 90% dos trabalhos já efetuados. O presidente da Cerbranorte, Antonio José da Silva, o Toninho, afirma estar bastante satisfeito com a obra, que, para ele, é a realização de um sonho antigo. 

Para o vice-presidente da cooperativa, Joaci Nunes, a obra cresceu muito nos últimos meses. “Acompanhamos desde o início e vimos mês a mês dar um pulo. Alguns imprevistos ocorreram, mas agora está a todo vapor. Tenho gostado do que tenho visto. Nós, que fizemos parte da diretoria, nos sentimos honrados pelo empenho da Urbano nesta obra. Tem cumprido todos os detalhes”, avalia, em entrevista ao site Notisul.

O associado Juliano Kuerten Costa realiza visita constantes na obra. “Dá para notar a diferença toda vez que vou visitar as obras da PCH. Está tudo bem adiantado, apesar de alguns dias com chuva. É importante que o associado tente ir visitar, conhecer a obra. Não percam a oportunidade, é muito legal. A PCH não é do Toninho, é nossa, do povo. A gente vê foto e filmagem, mas não vê a grandeza que é a obra”.

A realização de um sonho

A história da Pequena Central Hidrelétrica Capivari começou a ser escrita há mais de 20 anos, pelas mãos do então presidente da Cerbranorte, Luiz Kuerten, o Tilico. Foi ele quem comprou o terreno onde hoje é construída a PCH e fez todo o projeto para execução da obra. “Nos anos 90, andando para os lados de São Martinho, descobri o terreno e achei muito interessante. Conversei com um amigo engenheiro e discutimos a possibilidade de construir uma usina. Depois disso, convoquei uma reunião com os associados, a fim de pedir permissão para usar dinheiro da cooperativa para iniciar o projeto”, conta Tilico. 

“Aprovaram quase que por unanimidade. Foram dois anos na preparação do projeto. Fui a Brasília para pedir a concessão. O projeto inicial era de 18MW, mas me informaram que acima de 12 MW eu precisaria de licitação e corria o risco de não conseguir. Modificamos então o projeto. Depois de alguns meses de espera, recebemos a notícia da autorização. Voltamos então a Brasília para assinar o contrato”, acrescenta.  

Pela história da PCH também passou Evanísio Uliano. Em sua gestão como prefeito de Braço do Norte, as obras foram iniciadas depois da aprovação de um financiamento de R$ 28 milhões, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). O túnel de adução, de 1.291 metros, foi perfurado e também foi indenizada a maioria dos terrenos. Depois de anos paralisada por falta de dinheiro, as obras foram retomadas, em 2012, já com Antônio José da Silva, o Toninho, na administração. Uma parceria com a Urbano Agroindustrial foi firmada e a empresa investidora ficará com 50% da hidrelétrica.