Residente do bairro Pinheirinho, em Criciúma, dona Adília da Silva Paes tem quase 82 anos, mas nem parece, já que demonstra uma jovialidade e vivacidade de poucas pessoas. Mesmo tendo passado por algumas adversidades na vida, como a perda de um filho e perda do marido, ela está sempre de cabeça erguida, prestando muita atenção em tudo que está a sua volta, já que ali está uma das razões de sua vida. E um dos motivos que a faz assim alegre, ativa, é o seu trabalho manual com conchinhas do mar. Praticamente tudo em sua casa tem sinais de seu trabalho. Altares, quadros, arquiteturas de jardim, revestimentos de utensílios domésticos, estatuetas, etc., tudo tem senão na totalidade, parte revestida em conchinhas. “Fazer esse trabalho é minha vida. Dá muito trabalho, mas não deixa de ser uma ocupação do tempo”, diz ela, que encontrou nessa atividade sua razão para continuar enfrentando os dias.
Dona Adília não frequenta clubes de mães ou de terceira idade. Ela vive num pátio grande de sua casa rodeada pelas três filhas casadas, cada uma com sua casa, com genros, netos e bisnetos.
As suas obras são feitas com conchinhas coladas com cimento cola (usado para fixar azulejos) em estruturas de tijolos nas peças que ficam expostas ao tempo, e com cola branca, para peças que ficam em locais protegidos. Sua casa praticamente é uma galeria de suas obras de arte.
Vovó Adília começou os trabalhos por acaso, juntando conchinhas na beira do mar, na praia do Rincão, isso há 20 e poucos anos. Só que hoje essas conchinhas “redondinhas” não têm mais por aqui. E agora ela depende de um cunhado seu que traz essas conchinhas da Praia da Pinheira e Praia do Sol, já que lá existe em abundância.
Dona Adília goza de toda a saúde, mas diz que já está meio cansada. A vozinha está ansiosa com os preparativos de sua festa dos 82 anos, agora em maio, que faz questão de organizar os detalhes. Até o churrasco para os convidados é feito por ela.
Colaboração: Donato Gregorini
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