Segundo a Polícia Militar, 70% dos chamados recebidos na Central de Emergência são trotes e prejudicam o atendimento às ocorrências verdadeiras.
Foto: Arquivo/Sul In Foco
Uma adolescente de 16 anos foi detida em casa, na noite desta quinta-feira (19), após comunicar um falso assalto na comunidade de Oratório, em Orleans. Segundo a Polícia Militar, o caso da jovem soma-se a uma estatística preocupante na cidade: cerca de 70% das ligações atendidas junto a Central de Emergências da PM são trotes.
Neste caso da jovem, outras duas ocorrências deixaram de ser atendidas, por volta das 22h50min, pela Polícia Militar no momento do falso crime. “Fomos acionados para atender um caso de agressão em frente a uma casa noturna da cidade e outro de furto. Como o assalto é algo mais grave, mobilizamos nossa única viatura para este caso. Havíamos chamado reforço policial inclusive de Lauro Müller”, relata o comandante da PM de Orleans, tenente Daniel Comerlatto.
Ao chegar no suposto assalto, a PM constatou a falsa comunicação. Ao mesmo tempo, a Central de Emergências fez uma consulta ao Sistema Integrado de Segurança Pública – SISP e identificou a origem da ligação. “Ela se comunicava bem e apresentava veracidade nas palavras. Temos técnicas para diferenciar um trote de um caso verdadeiro, mas a solicitante falou em um tom sério”, relata a operadora da Central de Emergências, Soldado Mireli.
A descoberta
Identificado o telefone, a guarnição foi até a residência de onde partiu a comunicação sobre o assalto. O pai atendeu os policiais e negou ter realizado qualquer chamada à PM. Ao consultar o telefone celular, a PM confirmou o registro de duas ligações, sendo uma delas com o tempo de 1 minuto e 55 segundos. A filha foi chamada e negou ter efetuado as chamadas. “Nosso sistema grava inclusive a voz do solicitante no momento do chamado de emergência”, ressalta a Soldado Mireli.
Confrontando a gravação do telefonema com a voz da adolescente, o Conselho Tutelar foi acionado e todos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil de Lauro Müller.
Responsabilização
O comandante da PM, tenente Comerlatto, alerta aos pais sobre este tipo de problema. “Por ela ser de menor, os pais serão responsabilizados pelo Ato Infracional de Falsa Comunicação. Esse fato gerou prejuízo ao patrimônio público e risco a vida com o deslocamento desnecessário de uma e, até duas viaturas, para uma falsa ocorrência”, lembra.
A Polícia Militar é capacitada para diferenciar as comunicações de socorro na Central de Emergência. “Que isso sirva de alerta para quem gosta de brincar. Tudo isso tem um custo e quem paga somos nós. Muitos trotes são realizados por crianças e, também por adultos. No momento do socorro, o tempo de resposta por parte da PM pode ser longo e colocar vidas em risco”, finaliza.
