Economia

Alta do milho afeta suinocultura na região

Foto: Divulgação / DS

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Se o aumento do dólar é bom para as exportações dos produtores rurais – entre eles os suinocultores –, por outro a produção e a venda no mercado interno ficam comprometidas em função da alta dos insumos necessários. Um fator que deve impactar bastante a suinocultura da região do Vale do Braço do Norte nos próximos meses é a alta do preço do milho.

“Com a exportação mais rentável, os produtores de milho preferem exportar, o que cria uma demanda reprimida no mercado interno e faz com que o preço aumente. Aqui na região, a saca tem chegado a R$ 42 quando vem dos produtores mais próximos, mas como esta não é suficiente para nos abastecer temos comprado do Mato Grosso, de onde a saca vem ao valor de R$ 47”, conta o representante regional da Associação Catarinense de Suinocultura, Adir Engel.

Segundo ele, com esse valor na saca do milho o correto para não ter perdas é que o produtor vendesse o suíno a R$ 4,20 o quilo. “O que ocorre é que o produtor recebe R$ 3 pelo quilo do suíno, o que faz com que haja um prejuízo em torno de R$ 1,20 por quilo”, aponta.

Adir sublinha que muitos produtores ainda não estão sentindo os prejuízos, por estarem recebendo pagamentos de pedidos mais antigos, mas nos próximos meses, caso o cenário se mantenha, a suinocultura pode ser impactada a ponto de ocorrer falta da carne de porco no mercado interno, e uma sequente alta no preço – chegando em torno de R$ 3,60 o quilo.

“A previsão é que o preço do milho não baixe de R$ 40 a saca. A este valor, o preço ideal é entre R$ 3,80 e R$ 4 o quilo do suíno”, analisa. Adir destaca que com a quaresma, período em que o consumo de carne cai na região, a situação dos suinocultores fica ainda pior. “Não vemos um bom cenário. Os impactos já devem ser sentidos nos próximos 20 dias”, prevê.

Estado se preocupa

A alta no preço do milho preocupa os setores de aves, suínos e leite de Santa Catarina. Produtores e entidades temem novas crises nestes segmentos, e para buscar alternativas que minimizem o impacto para o agronegócio catarinense o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, se reuniu na semana passada com o governador Raimundo Colombo. “Santa Catarina tem os melhores produtores rurais do país, mas pelo nosso tamanho e topografia nos faltam insumos para desenvolver nossas atividades. Temos que encontrar um equilíbrio no mercado entre o milho que é exportado e a necessidade dos produtores”, afirma.

Com informações do site Diário do Sul