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Alunos de Engenharia Ambiental da Unesc realizam visita técnica em Treviso

Foto: Divulgação

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Estudar o que o cultivo de eucalipto em larga escala e outras atividades dentro da APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Ferreira, em Treviso, pode provocar em relação ao abastecimento de água no município motivou uma visita técnica ao local pelos alunos da oitava fase do curso de Engenharia Ambiental. Durante a manhã e tarde dessa segunda-feira (27) eles identificaram os principais problemas da localidade, como a falta de um plano de manejo da APA.

O grupo, orientado pelos professores Mário Ricardo Guadagnin, da disciplina de Gestão Ambiental, e José Carlos Virtuoso e Jader Pereira, de Planejamento e Gestão Ambiental Participativa percorreu diversos pontos dentro da APA, identificando a supressão de mata nativa para a prática da silvicultura como uma das principais ameaças aos recursos hídricos, por conta da desproteção de nascentes.Os morros do entorno estão sendo utilizados para dar suporte a uma atividade econômica que dá retorno financeiro aos agricultores, mas poderá comprometer futuramente o beneficiamento de água da população local. A erosão é assoreamento dos cursos d’água é um dos riscos eminentes.

Na comunidade de Rio Ferreira, o grupo da Unesc manteve contato com o presidente do comitê da APA, Volnei Ruzza, e com a moradora Lucia Cimolin da Silva, ex-prefeita e uma das lideranças comunitárias envolvida na questão. Ambos externaram a preocupação com o cenário observado, destacando a urgência na solução do problema, que seria a imediata retomada da mobilização comunitária em torno da elaboração do Plano de Manejo. “Se não houver uma ação efetiva, a cidade poderá ficar sem água em breve”, destacou Lúcia.

A definição de uma legislação que contemple o pagamento de serviços ambientais na área de abrangência da APA foi apontado por Ruzza e Lúcia como uma das alternativas para os agricultores ao cultivo de eucalipto. “Eles precisam tirar o sustento. Se não houver alternativa, o que farão”, disse ele.  No contato com o grupo da Universidade, os representantes do comitê da APA pediram apoio para o enfrentamento do problema. De imediato, as informações levantadas in loco deverão redundar em trabalho acadêmico-científico, cujo resultado deverá ser devolvido à comunidade. 

Preservação

Segundo Virtuoso, a discussão conjunta com a comunidade local, tanto da APA quanto da sede do município para substituição de práticas inadequadas por ações preservacionistas e conservacionistas pode ser uma forma de atenuar tais problemas. “Estas ações são necessárias para reverter os danos às matas ciliares e nascentes, com consequências sobre o balanço hídrico e nos custos de tratamento de água, contribuindo para a prevenção do assoreamento, redução da erosão do solo e manutenção da quantidade e qualidade da água, especialmente do manancial de água do rio Tomás, afluente do rio Ferreira, responsável direto pelo abastecimento de água de Treviso”, afirma.

Colaboração: Mayra Lima/Assessoria de Imprensa da Unesc