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Alunos de História da Unesc conhecem tribo indígena

A visita de alunos do curso de História da Unesc à tribo indígena Xocleng/La klanó, no norte do estado de Santa Catarina, foi uma das ações que marcou os 100 anos de contato dos índios com a sociedade. O encontro ocorreu no último final de semana, na aldeia Barragem, no município de José Boiteux, região de Ibirama. O grupo de alunos foi recepcionado na aldeia pelo assistente de educação da escola indígena da aldeia, professor Abrãão Kovi Paté, que levou os estudantes para conhecer a história da tribo antes e depois do contato com as pessoas de fora, através de maquetes, banners e murais.

“O maior problema enfrentado pelos índios, atualmente, é a Barragem Norte, que foi construída para diminuir as cheias no baixo vale do Itajaí e dividiu a aldeia, causando inundações frequentemente. Os índios lutam para que as pessoas conheçam sua história e deem mais visibilidade para seus problemas. Apesar do descaso e preconceito, os índios lutam para fortalecer sua identidade falando entre si apenas na língua tradicional, procurando evitar o casamento interétnico, resgatando o artesanato e a antiga religião xamântica e naturalista”, comenta o professor da Unesc João Batanolli, que acompanhou os estudantes.

“O que percebo é que a luta não terminou. É uma constante batalha. Ficou claro que nisso tudo eles só perderam, não ganharam nada. Senti que os mais velhos são mais abertos e contam mais suas histórias. O meu sentimento é que a sociedade acorde, preste atenção e saiba dar o devido valor”, lembra a aluna da quarta fase do curso de História da Unesc Ana Flávia Siqueira Bonadiman.

A visita foi organizada pelo curso de História e supervisionada pelo coordenador do curso, professor Paulo Sérgio Osório. Os alunos da quarta, segunda, sexta e oitava fase conheceram a aldeia com orientação do professor Batanolli. O encontro foi resultado de um contato com o líder da tribo Copacan, que esteve na Unesc na 2ª Semana Indígena do curso, no primeiro semestre de 2014.

História e conquistas

O povo apelidado de “Xolcleng” pelos colonizadores, na verdade sempre se autodenominou “La Klanó”, que quer dizer “nós que vivemos abaixo do Sol”. Era a etnia predominante na faixa intermediária entre o litoral e a serra, do norte ao sul do estado. Eles foram perseguidos e mortos, chegando perto do extermínio quando depois de anos de resistência se entregam ao contato com Eduardo Lima, que ficou conhecido como o “pacificador”. Restaram aproximadamente 200 indígenas no grupom, que veio para Blumenau em 22 de setembro de 1914.

Atualmente, dois mil índios se dividem em oito aldeias entre os municípios de Dr. Pedrinho, Itaiópolis, Jose Boiteux e Victor Meireles. “Eles sofreram um intenso processo de aculturação dentro da rejeição e discriminação. Atualmente os indígenas buscam conquistar seu espaço alguns já possuem curso superior e mestrado, outro representante dos índios está na Universidade de Brasília, com doutorado”, conta Batanolli.

Colaboração: Assessoria de Imprensa da Unesc

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