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Aos 55 anos, mulher “empresta” útero para gerar neto

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

A criciumense Nivalda Maria Candioto, de 55 anos, está no terceiro mês de gestação. O bebê é seu primeiro neto biológico. Ela está emprestando seu útero para a filha, Gleise Raupp da Cunha, de 30 anos, que há 13 foi diagnosticada com a impossibilidade de engravidar por não ter concluído a formação do útero. Conforme o Portal Clicatribuna, o procedimento para que a mãe pudesse “emprestar” o útero para a filha foi feito em São Paulo, em uma clínica especializada em inseminação. A chamada substituição de útero é vista pela família como uma prova de amor e, para Nivalda, como o melhor presente que poderia oferecer à filha.

“O embrião que recebi é fruto do material coletado da minha filhaGleise e do meu genro Kleber. O processo de inseminação é muito rápido e indolor. Fomos muito felizes por ter dado tudo certo para que eu fizesse isso por eles”, afirma. Antes do procedimento, Nivalda fez uma série de exames para garantir que sua saúde permitiria levar mais uma gestação adiante. “Não imaginei um dia estar grávida novamente depois de ter duas filhas biológicas e uma adotiva, porém, sabendo que estava tudo certo com meu corpo, não tive dúvida. Medo não passou pela minha cabeça. Só queria poder fazer isso pela Gleise”, declara.

Gestação sob cuidados da filha

A mãe do bebê gerado no ventre de Nivaldaatualmente vive com a família em São Paulo. Casada há seis anos, Gleise já tem uma filha adotiva, porém, com o gesto da mãe realizará o sonho de ter um filho biológico. O período considerado mais crítico da gestação, os primeiros três meses, já se passaram e o bebê, segundo a avó, cresce forte e saudável. A notícia da gravidez a amigos e familiares foi dada recentemente. “A gravidez era de risco nestes três primeiros meses, mas estávamos ansiosos para contar a todos. Por orientação dos médicos aguardamos esta fase e só depois espalhamos a notícia. Assim como tudo que estamos vivendo, foi um momento inesquecível”, comenta a avó.

Para evitar que a mãe faça esforços que possam prejudicar a gestação, Gleise é responsável pelo pagamento de uma clínica de obstetrícia em Criciúma, para acompanhamento mais próximo, e outra em São Paulo, ondeNivalda se consulta periodicamente eonde será realizada a cesariana. Além do atendimento médico, a filha fez questão de contratar uma pessoa para cuidar da limpeza da casa. “Ela está sendo muito atenciosa. Conversamos 24h por dia e ela preza muito pela minha saúde e do filho dela”, afirma.

Em Criciúma, Nivalda é atendida pelo ginecologista e obstetra Gilson Henrique Stobel  (CRM: SC-6559). Conforme o médico, o caso é uma nova experiência na carreira dele e a atenção precisa ser redobrada. “Além de ser algo novo pela questão de emprestar o útero, Nivalda é minha paciente com idade mais avançada. Por isso, ela precisa de um monitoramento com consultas e exames contínuos”, comenta.  De acordo com o obstetra, a avó é saudável e está muito bem.

Visão prática da situação

Apesar de precisar lidar com todas as situações que envolvem uma gestação, incluindo mudanças hormonais e desgastes físicos, Nivalda fala com convicção sobre o bebê que está gerando. “Vou levar no ventre e cuidar durante esses noves meses, mas o filho é dela, não é meu. Nada mais natural e justo do que ele nascer e ir para os braços de seus pais, que são eles. Vou me sentir muito feliz em fazer isso pela minha filha”, afirma convicta.

De acordo com o último exame feito pela gestante, 80% das chances são de a criança ser um menino. Ainda sem nome definido, o bebê, conforme Nivalda, já manda os primeiros sinais no corpo da avó. “Os médicos me avisaram que eu começaria a senti-lo e dia desses já percebi sua movimentação. Na hora conversei com ele e avisei que a vovó está cuidando e que a mamãe, o papai e a maninha o esperam lá em São Paulo”.

Família apoia e aguarda ansiosa a chegada do bebê

O marido e as outras duas filhas de Nivalda apoiaram a decisão da matriarca e aguardam com ansiedade a chegada do bebê. Para ela, o apoio é um incentivo a mais. “Minhas outras duas filhas já estavam disputando para serem madrinhas. Minha menina mais velha é adotada e já batizou a menina que a irmã adotou também. Essa criança que estou gerando será afilhada da caçula, que sabe que terá um sobrinho e não um irmãozinho”, ressalta.