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Apae Criciúma reforça prevenção de deficiências na Festa das Etnias

A Apae de Criciúma aproveita a grande circulação de pessoas durante a XXVI Festa das Etnias para reforçar o trabalho de prevenção de deficiências realizado nas entidades de todo o país. No estande montado no Pavilhão de Exposições José Ijair Conti, uma grande equipe vai prestar, até sábado, orientações ao público, além de distribuir cartilhas e panfletos educativos. “A maior parte das pessoas não sabe, mas até 70% das deficiências podem ser prevenidas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nosso foco com esta ação é disseminar conhecimento, mostrar que cuidados simples durante a gestação podem evitar problemas futuros”, afirma a psicóloga Carla Fernanda Medeiros Feber, integrante da equipe de prevenção.

As orientações são repassadas ao público em geral, mas casais e adolescentes em fase de início da vida sexual recebem atenção diferenciada. “Chamamos a atenção para a importância do planejamento de uma gravidez. É preciso levar em conta as condições de saúde de cada um, investigar possível grau de parentesco ou se há casos de deficiência física ou intelectual e múltipla na família”, observa a psicóloga Cristiani Meira Alves, que também atua no trabalho de prevenção na Apae de Criciúma.

As práticas preventivas contra deficiências devem ser observadas em quatro importantes períodos: pré-concepcional (antes da gestação), pré-natal (durante a gestação), perinatal (durante o parto) e pós-natal (após o nascimento do bebê). Deficiências podem ser causadas por doenças, acidentes, condições sociais precárias, fatores orgânicos, hereditários ou genéticos. Na maioria dos casos, exames simples são de grande eficácia. “As mulheres que desejam engravidar devem estar em dia com o calendário de vacinação e realizar testes de sífilis, toxoplasmose, diabetes e AIDS, que também valem para os homens. Em caso de deficiência na família, é aconselhável a realização de um mapeamento genético”, reforça Cristiani.

A estudante de jornalismo Rafaela Cardoso, de 23 anos, recebeu as orientações com muita atenção. Há 11 anos, ela perdeu um irmão vítima de paralisia cerebral por conta de uma toxoplasmose não diagnosticada durante a gravidez da mãe. “Esse trabalho de conscientização é muito importante. Pena que, na época, minha mãe não tenha tido acesso a essas informações”, lamentou.

Já durante a gravidez, a realização de um bom pré-natal também é necessária para a prevenção de deficiências, assim como evitar o uso de álcool e drogas. Após o nascimento do bebê, vacinas, testes da orelhinha, olhinho, linguinha e pezinho devem ser observados.

Atualmente, a Apae de Criciúma conta com 230 alunos, de zero a 60 anos, com deficiências intelectual moderada a severa, múltiplas e síndromes associadas. Os educandos são encaminhados por médicos pediátricos, geneticistas psiquiátricos e neurologistas. “Deficiências não são doenças, mas podem ser evitadas. O primeiro passo é a informação!”, reforça a diretora pedagógica Laktiel dos Santos Alexandre.

Censo revela aumento de casos de deficiência no Sul

Dados do Censo de 2010 revelaram que o número de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência, na Região Sul do país, aumentou de 14,3% para 22,51%. Índice que pode estar ligado ao crescimento da população, a diagnósticos mais precisos ou mesmo falhas no processo de prevenção.

Apae de Criciúma oferece palestras com foco na prevenção

Escolas, igrejas ou entidades interessadas no trabalho de prevenção realizado pela Apae de Criciúma devem entrar em contato pelo telefone: 3438-2543. As palestras serão agendadas de acordo com a disponibilidade da equipe.

Outros dados relevantes:

*Em 2010, de acordo com o Censo, 8,3% da população brasileira apresentava pelo menos um tipo de deficiência severa, sendo: 3,46% com deficiência visual severa, 1,12% com deficiência auditiva severa, 2,33% com deficiência motora severa e 1,4% com deficiência mental ou intelectual, um total de, aproximadamente, 45.606.048 pessoas.

*A faixa etária com o maior número de pessoas com algum tipo de deficiência está entre 15 e 64 anos. A deficiência é maior entre as mulheres, também de acordo com o Censo.

Colaboração: Caroline Bortot/Assessoria de Imprensa Apae Criciúma

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