Geral

Apae de Criciúma foca na prevenção de deficiências

“Até 70% das deficiências podem ser prevenidas”, a afirmação da psicóloga Carla Fernanda Medeiros Febel, da Apae de Criciúma, com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), deixou espantados os alunos da sétima fase do curso de enfermagem da Unesc, que participaram, neste início de semana, de palestra na entidade. O encontro faz parte do trabalho de prevenção realizado nas Apaes de todo o país, mas intensificado pela Apae de Criciúma neste mês de setembro. “É um dado que choca, mas que também serve de estímulo para realizarmos nosso trabalho com ainda mais dedicação. Afinal, o foco da enfermagem também está na prevenção”, explica a aluna Suellen Barreto.

Profissionais que atuam nas áreas da saúde e assistência social do município, bem como estudantes do ensino médio, fase de início da vida sexual para muitos jovens e adolescentes, são o público alvo das palestras. “Para os profissionais, o foco é a disseminação do conhecimento, eles são importantes filtros dentro de suas áreas de atuação. Já para os alunos, a palestra visa a conscientização, é um alerta sobre os riscos de se trazer uma vida ao mundo sem qualquer planejamento”, comenta a psicóloga.

As práticas preventivas contra deficiências devem ser observadas em quatro importantes períodos: pré-concepcional (antes da gestação), pré-natal (durante a gestação), perinatal (durante o parto) e pós-natal (após o nascimento do bebê). “Os casais interessados em ter filhos devem planejar a gravidez, levar em conta as condições de saúde de cada um, investigar possível grau de parentesco ou se há casos de deficiência física ou intelectual e múltipla na família”, observa a psicóloga Cristiani Meira Alves, que também atua no grupo de prevenção de deficiências da Apae de Criciúma.

Deficiências podem ser causadas por doenças, acidentes, condições sociais precárias, fatores orgânicos, hereditários ou genéticos. Na maior parte dos casos, exames simples, mas muito eficazes, podem evitar problemas futuros. “As mulheres que desejam engravidar devem estar em dia com o calendário de vacinação e realizar testes de sífilis, toxoplasmose, diabetes e AIDS, que também valem para os homens. Em caso de deficiência na família, é aconselhável realizar um mapeamento genético, serviço que está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, alerta a dentista Aline Citadin Peruchi, outra integrante do grupo de prevenção da Apae de Criciúma.

Durante a gravidez, a realização de um bom pré-natal também é necessária para a prevenção de deficiências, assim como evitar o uso de álcool e drogas. Após o nascimento do bebê, vacinas, testes da orelhinha, olhinho, linguinha e pezinho devem ser observados.

Segundo dados do Censo de 2010, o número de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência, na Região Sul do país, aumentou de 14,3% para 22,51%. Dado que pode estar ligado ao crescimento da população e a diagnósticos mais precisos.

Atualmente, a Apae de Criciúma conta com 230 alunos, de zero a 60 anos, com deficiências intelectual moderada a severa, múltiplas e síndromes associadas. Os educandos são encaminhados por médicos pediátricos, geneticistas psiquiátricos e neurologistas. “Deficiências não são doenças, mas podem ser evitadas. O primeiro passo é a informação!”, reforça a diretora pedagógica Laktiel dos Santos Alexandre.

Escolas, igrejas ou entidades interessadas no trabalho de prevenção realizado pela Apae de Criciúma devem entrar em contato pelo telefone: 3438-2543. As palestras serão agendadas de acordo com a disponibilidade da equipe de prevenção.

Dados relevantes:

*Deficiências podem ser causadas por: doenças, acidentes, condições sociais precárias ou por fatores orgânicos, hereditários ou genéticos.

*Em 2010, de acordo com o Censo, 8,3% da população brasileira apresentava pelo menos um tipo de deficiência severa, sendo: 3,46% com deficiência visual severa, 1,12% com deficiência auditiva severa, 2,33% com deficiência motora severa e 1.4% com deficiência mental ou intelectual, um total de, aproximadamente, 45.606.048 pessoas.

*A faixa etária com o maior número de pessoas com algum tipo de deficiência está entre 15 e 64 anos. A deficiência é maior entre as mulheres, também de acordo com o Censo.

Colaboração: Caroline Bortot/Assessoria de Imprensa Apae Criciúma

[soliloquy id=”87179″]