Saúde

Após acusação de agressões, Justiça obriga sindicalistas a ficar 100 metros afastados do HSJosé

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

A greve dos funcionários dos hospitais de Criciúma e região completou quatro dias nesta sexta-feira e ontem registrou momentos de tensão no Hospital São José. Profissionais da instituição que chegaram pela manhã para trabalhar afirmam que foram impedidos de entrar e que sofreram agressões dos sindicalistas que estavam em frente ao estabelecimento.

“Desde o primeiro dia de greve nós fomos impedidos de entrar, mas ontem foi o pior dia de todos. Fomos barrados e depois começaram a nos empurrar. Eu fui empurrado e em nenhum momento levantei meu braço, mas quando fiquei de costas ainda levei chutes nas pernas e socos nas costas, além de agressões verbais. Veio um pessoal separar e eu consegui entrar, mas mesmo assim fui ameaçado de ser mais agredido quando terminasse meu trabalho. Acabei fazendo Boletim de Ocorrência por conta disso”, conta o analista de rede do São José, Maurício Junkes Mezari.

Conforme o site Clicatribuna, no fim da tarde, a justiça concedeu uma liminar obrigando o comando de greve a ficar 100 metros longe do hospital e impedindo que os sindicalistas barrassem a entrada dos funcionários.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e região (Sindisaúde), João Batista Martins, a confusão da manhã de ontem não foi causada pelo movimento sindical. “A situação foi formada pelos chefes de setor, basicamente os enfermeiros. Eu não vi nenhuma imagem que mostre um sindicalista impedindo um funcionário de entrar para trabalhar, essa informação está deturpada. O que os sindicalistas fizeram foi explicar aos trabalhadores a importância da paralisação”, declarou Martins.

A vice-diretora do hospital, Irmã Terezinha Buss, também declarou que presenciou as agressões. Ela, que também é presidente do sindicato patronal, comentou que é praticamente impossível oferecer uma proposta diferente da que já foi exposta aos trabalhadores. “Nós, dos hospitais, estamos conversando para analisar até onde podemos chegar, mas o limite é basicamente aquele que nós apresentamos”, disse a Irmã Terezinha.

Segundo ela, o patronal ofereceu piso salarial de R$ 850 retroativos a novembro, aumento para R$ 870 a partir de março de 2014 e 8% de reajuste para aqueles que recebem até R$ 1,3 mil. O Sindisaúde pede 10% de reajuste para os que ganham até R$ 1,3 mil, o fim do banco de horas e a redução da jornada de trabalho. “Isso tem a ver com a qualidade no atendimento ao público. A greve foi a única forma que nos sobrou para reivindicar nossos direitos”, finalizou Martins. A greve atinge, também, o Hospital São João Batista, de Criciúma, e o Hospital Regional de Araranguá. Marta Scotti foi levar a mãe de 93 anos para ser atendida no São José e acabou indo para o Hospital Unimed porque não conseguiu atendimento. “A gente não pode ficar sem atendimento médico, não é como uma greve de banco, por exemplo. Eu nunca vi uma coisa dessas aqui em Criciúma”, disse Marta.

Segundo a Irmã Terezinha, os atendimentos de emergência estão sendo mantidos, mas que a instrução é de que só sejam internados aqueles que realmente sejam emergências, pois o atendimento está comprometido.