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Associação Catarinense dos Avicultores passa a ser de utilidade pública municipal

Em assembleia geral extraordinária a Associação dos Avicultores do Sul Catarinense – AVISULSC recebeu o decreto de utilidade pública municipal nesse sábado, dia 15, no Teatro Municipal de Nova Veneza. Aproximadamente 200 produtores de aves da Associação dos Municípios da Região Carbonífera – AMREC, Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense – AMESC, e Associação dos Municípios da Região de Laguna – AMUREL, reuniram-se junto a autoridades regionais para discutir sobre o custo de produção.

O documento foi assinado e entregue pelo presidente da AMREC e prefeito de Lauro Muller, Fabrício Kusmin Alves, onde fica localizada a sede da associação. “É importante a formação da associação e num segundo passo essa declaração de utilidade pública que fortalece e abre possibilidade de acessar recursos, de ter mais representatividade. Um dos motivos é essa aproximação cada vez mais da empresa com os avicultores, valorização dos agricultores e da empresa e transparência”, ressaltou. O presidente também se colocou a disposição para mediar a conversa entre associação e empresa.

“A expectativa é bastante grande referente ao custo de produção. Tanto é que o produtor está gastando mais do que recebendo para produzir o frango. Com esse estudo minucioso ainda em andamento feito pela Unesc, durante quatro meses, vai mostrar que é notório, o endividamento dos produtores devido ao baixo preço pago. O custo produção está muito além daquilo que eles estão nos pagando”, comentou.

Sobre o decreto de utilidade pública municipal será encaminhado para que seja determinado como utilidade publicada estadual e sucessivamente federal. “A intenção é que através deste estudo poderemos conseguir que o custo seja bancado pelo município, pelo estado ou até pelo governo federal, para fortalecer a categoria dos nossos avicultores,” afirmou o presidente da AVISUL, Emir Tezza.

Um dos problemas enfrentados pela associação era o não reconhecimento da associação pela empresa. “A partir de agora esperamos que ela seja reconhecida de fato e de direito na condução dos direitos dos avicultores”, salientou a integrante do Comitê Técnico da AVISUL, Lúcia Simolin.

“É dessa forma que devemos continuar, reunidos, buscando soluções para aumentar os lucros e diminuir prejuízos”, destacou o deputado federal Ronaldo Benedet que esteve na reunião e demonstrou apoio a associação e colocou o gabinete a disposição.

Luta por direitos

Associação dos Avicultores do Sul Catarinense (AVISULSC) foi fundada em 3 de agosto de 2013 e conta com 793 famílias de avicultores de corte, recria e ovos férteis divididos entre 40 municípios.

“Estamos desde 2007 sem reajuste. Embora trabalhamos com exclusividade, subordinados, não temos direitos trabalhistas algum”, comentou Lúcia.

A reunião apresentou uma pesquisa feita pelo IPESE da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) sobre o custo de produção e análise do contrato passado pela empresa JBS.

“O objetivo é reunir os avicultores do frango de corte, recria e produção de ovos férteis para socializarmos os custos de produção atualizados que foram calculados pelo IPESE. Em seguida vamos debater o novo contrato que a JBS nos submeteu, ou seja, não levou em consideração a possibilidade de fazermos um comum acordo. Simplesmente nos trouxe um contrato e uma nova tabela de remuneração já prontas, com as quais não concordamos. A empresa foi extremamente unilateral e vamos ver os encaminhamentos que a assembleia vai dar, ou movimento, ou nota de repúdio”, declarou a integrante do Comitê Técnico da AVISULSC.

A associação está em busca de um reajuste, o valor pago atualmente varia entre R$ 0,72 a R$ 0,73 centavos, abaixo do desejado pela classe.

“Achei muito apertado, se fizermos um lote bom vamos ganhar, mas se não fizermos vamos cair”, comentou o produtor de Vila Maria, Laerte Mafioletti.

Para o produtor de Treviso, João Nava, a associação é um auxílio ao produtor. “Fica bem melhor, sem essa organização seria muito pior. A JBS é o seguinte, eles se reúnem para decidir o que pertence ao integrado e na verdade fazem eles mesmos. É uma dificuldade, é uma empresa muito grande e ela quer impor as coisas”, apontou.

Colaboração: Cris Freitas/Nova Veneza Online

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