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“Avalanche de lama” atinge casas em Criciúma

Uma “represa” feita no local onde seria construído o Parque Shopping, no Bairro Moradas do Sol, em Criciúma, rompeu com a chuva, desceu o morro e moradores próximos tiveram propriedades destruídas pela “avalanche de lama”. Muros caíram, eletrodomésticos, móveis, carros, motos e ferramentas de trabalho foram atingidos.

A comunidade deve passar a noite deste sábado e a madrugada de domingo limpando a sujeira, com o auxílio de máquinas e servidores da Prefeitura. Ninguém se feriu. O fato ocorreu por volta das 13h. A Defesa Civil esteve no local.

Na ponta dos pés para não escorregar no piso enlameado de casa, a servidora pública Raquel Vieira Oscar dá de ombros e tenta se conformar. “Se é algo provocado pela natureza a gente compreende. Mas quando é culpa do homem…”, comenta, sem concluir a frase. Na residência dela, a força da água derrubou a geladeira, danificou móveis. A máquina de lavar, comprada há seis meses e com quatro parcelas por pagar, não funciona mais. O jogo de quarto da filha, comprado há um mês e que nem começou a ser pago, foi danificado.

A água que invadiu a moradia de alvenaria ainda estragou completamente um aparelho de som, ventiladores. “Faz 20 anos que moro aqui e a água nunca beirou nem a calçada. Agora me acontece isso. Não sei por onde começo a arrumar”, afirma Raquel. Ela estava com a família num almoço beneficente quando foi avisada. “Minha irmã me ligou e disse: ‘Quel, volta que a tua casa tá debaixo d’água’”, conta a moradora. Segundo ela, uma profissional do Grupo Partage, responsável pelo shopping, esteve no local e prometeu providências.

Moradores ficaram incrédulos

A professora Jucélia Vargas Vieira de Jesus diz não ter entendido na hora o que estava acontecendo. “Eu olhava e pensava: ‘meu Deus, essa chuva não está tão forte para provocar tudo isso”, relata. Dois muros construídos recentemente atrás da casa dela foram derrubados pela “avalanche”. Uma moto que estava perto de um dos muros foi arrastada, assim como a casinha do cachorro. Dentro de casa, mesma situação vivida pelos vizinhos: lama por todo o chão; tapetes, móveis e itens eletrônicos danificados. “Eu vi aquela água toda escorrendo e sabia que não poderia salvar nada. Nós decidimos que, então, salvaríamos a nós mesmos. E saímos de casa”, relata.

A água que desceu ficou represada no muro de Raquel. Vizinhos fizeram buracos no muro para ajudar a escoar. Outra moradora, Mari de Lourdes Joaquim, diz ter perdido cinco máquinas de costura que usa para trabalhar. As ruas ficaram cheias de entulhos e patrolas da Prefeitura de Criciúma precisaram retirar.

Com informações do site Clicatribuna

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