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Avicultores paralisam atividades a qualquer momento

Produtores irão parar de entregar fragos para a JBS, responsável pelos três abatedores do Sul do Estado

Foto: Arquivo/Engeplus

Foto: Arquivo/Engeplus

Avicultores da região Sul do Estado podem parar a distribuição de frangos a qualquer momento para a empresa JBS, responsável pelos três abatedouros do Sul catarinense, que se concentram nas cidades de Forquilhinha, Nova Veneza e Morro Grande. A decisão foi tomada na semana passada pela Associação dos Avicultores da Região Sul de Santa Catarina, após meses de reivindicações, que, até o momento, não foram atendidas. Entre as principais reivindicação está o valor pago por ave, estipulado em R$ 0,40. A categoria pleiteia cerca de R$ 0,80 por animal. Conforme o presidente da associação, Emir Tezza, várias ações serão realizadas, mas a principal delas será a paralisação da distribuição dos frangos para a JBS ainda esta semana.

“Essa interrupção no fornecimento de frangos pode ocorrer hoje, amanhã ou depois, ou seja, a qualquer momento. Ainda estamos nos mobilizando, é um trabalho bem grande, pois temos que estar bem organizados”, pontua. Ao todo, a associação possui 43 delegados, que atuam nos 26 municípios do Sul do Estado que contam com aviários. Estes delegados são integrantes da diretoria da associação. “Há cidades que contam com mais de um delegado. Essas pessoas são responsáveis de organizarem as mobilizações nos municípios e nos repassarem todas as movimentações”, explica.

Até o momento, segundo Tezza, nenhuma proposta foi apresentada pela empresa. “Continuamos ignorados. Eles estão preocupados, mas não mostram interesse em negociar. Se houver negociação, a empresa abrirá precedentes para outras manifestações no país, inclusive, produtores do Norte do Estado virão para a região nos apoiar nessa mobilização”, comenta. Segundo o site Engeplus, com a não distribuição de frangos, os avicultores enviaram um documento para a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) informando sobre o caso e alertando que a empresa não pode interromper o envio de ração as aves.

Atualmente, a empresa cede os pintos e a ração aos produtores da região, que arcam com o resto das despesas, como energia elétrica, galpão, mão-de-obra e água. “Com essa paralisação, os animais ficarão por mais tempo nos aviários. Com certeza vai acarretar um prejuízo aos produtores, mas pior do que está não fica. Um prejuízo agora pode ser um benefício para nós no futuro”, acredita. O setor da avicultura emprega 800 famílias e movimenta 15% da economia da região Sul. Mais de 80% da produção de aves da região é familiar.