Geral

Avicultores protestam e ameaçam parar as atividades na região

Avicultores da região Sul do Estado se reuniram em protesto na frente da empresa JBS, em Forquilhinha, por volta do meio-dia desta segunda-feira. Os trabalhadores chamam atenção para a mesma reinvindicação, o valor pago por ave. Desde o fim de 2012, quando a JBS, empresa responsável por mais dois abatedouros de aves na região Sul; que se concentram nas cidades de Nova Veneza e Morro Grande, paga o valor médio por ave de R$ 0,40. Antes deste período, a ave era comprada por até R$ 1. O movimento reuniu cerca de 60 produtores, que estiveram presentes com faixas e cartazes. Na frente da empresa, os produtores ironizaram a atual condição distribuindo mais de 130 quilos asinhas de frango assadas. 

Conforme o presidente da Associação dos Avicultores da Região Sul de Santa Catarina, Emir Tezza, essa desvalorização está insustentável e a categoria está próxima de uma paralisação. “Até o momento, nenhuma resolução foi proposta aos produtores. Nesta quarta-feira temos uma reunião com um dos diretores da empresa, de São Paulo, pois com os diretores da região não há nenhuma conversa. No próximo dia 11, se não houver acordo, iremos paralisar as atividades”, avisa Tezza à reportagem do site Engeplus. Segundo o presidente da associação, os caminhões serão impedidos de entrar e sair das três empresas do Sul.

Com isso, os estabelecimentos podem ficar desabastecidos. “As empresas suprem a necessidade do Sul do Estado e, inclusive, exportam as aves, ou seja, a perda será grande”, considera. Os produtores reivindicam a melhora neste valor desde o segundo semestre de 2013, mas, até o momento, nenhuma medida foi tomada pela JBS. O setor da avicultura emprega 800 famílias e movimenta 15% da economia da região Sul. 

Conforme o produtor do município de Treviso, Gelson Bresciani, que atua no ramo há 20 anos, este é o pior momento vivido pelo setor. “O valor pago pela ave é menor que o custo de produção. Faz alguns anos que o valor não sobe, entretanto, a energia, o combustível, a mão de obra e a lenha, por exemplo, sobem. Não tem como nos manter”, destaca.

Segundo Teza, uma cooperativa do Oeste do Estado de Santa Catarina está interessada na produção Sul catarinense. “Em uma situação mais crítica começaremos a vender nossas aves para a cooperativa”, salienta.  Os produtores também alertam para o direito a insalubridade. Expostos a poeira, eletricidade, máquinas, motores, combustíveis, odores, gases tóxicos, fungos e bactérias, por exemplo, os trabalhadores não ganham o benefício. 

[soliloquy id=”60331″]