Produtores reivindicam melhores condições e mais retorno para a categoriaI
Foto: Ana Paula Cardoso/Arquivo Portal Engeplus
Em assembleia geral, realizada nesse sábado os avicultores associados da Associação dos Avicultores do Sul Catarinense (Acav) das microrregiões da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), da Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense (Amesc) e da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel) repudiaram a nova proposta de contrato realizada pela empresa JBS.
Conforme o presidente da Acav, Emir Tezza, o contrato, para a categoria, é pior do que o que está sendo utilizado atualmente. “Apresentamos uma nota de repudio em relação ao novo contrato e ela foi aprovada por unanimidade. No decorrer desta semana iremos providenciar a publicação do documento”, destaca Tezza, em entrevista ao site Engeplus.
De acordo com o presidente da Acav o novo contrato impõe restrições aos produtores e beneficia apenas a indústria. “Não pode ter empregado. Proíbe o produtor de ter gato, cachorro, gado, ou qualquer outro animal na propriedade, o que torna o produtor dependente da avicultura, sem poder ter uma outra atividade”, observa.
No encontro, os avicultores, também, conheceram uma parte do estudo que vem sendo realizado pelo Economista, Mestre em Desenvolvimento Econômico, Professor da Unesc e Pesquisador do Ipese, Amauri de Souza Porto Junior que visa levantar o custo de produção de frango. Diante do valor apurado foi constatado que os melhores desempenhos conforme modelo de remuneração aplicados atualmente pela JBS, se aproximam da metade do custo de produção real, indicando que a atividade não é sustentável. O resultado levou os avicultores a aguardar os custos de produção serem finalizados para voltarem a se reunir.
Mobilização – No decorrer desta semana os avicultores planejam aderir a mobilização do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Sintiacr) que será realizada pelo trabalhadores das agroindústrias JBS em uma das unidades da empresa. O local, data e hora do protesto ainda não foram definidos.
Uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) está em andamento para tentar promover mudanças no modelo de produção avícola, para que os avicultores possam ter melhores condições de trabalho. “O terreno de cada avicultor é penhorado na hora de construir o galpão e se ele resolver não assinar o novo contrato ele é desligado do serviço e fica com uma dívida de financiamento ou sem o terreno. Precisamos mudar isso para que o produtor deixe de ser um prestador de serviço”, finaliza Tezza.
