Segurança

Brincadeira terminou em tragédia

Aléxia Eufrásio Martins, 15 anos, foi assassinada de forma acidental pelo primo de 14 anos de idade na tarde de terça-feira

Foto: Ana Paula Cardoso

Foto: Ana Paula Cardoso

Uma brincadeira entre primos com uma arma de fogo terminou em tragédia na tarde de terça-feira. Aléxia Eufrásio Martins, 15 anos, foi assassinada de forma acidental pelo primo de 14 anos de idade, com um tiro no peito. Nesta manhã, o delegado coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma, André Milanese, explicou como aconteceu o crime, esclarecido no final da tarde dessa quarta-feira, após um amigo do autor do homicídio culposo (sem a intenção de matar), que estava no quarto de Aléxia no dia do crime, confidenciar aos pais o que havia acontecido. O crime aconteceu na casa da vítima, no bairro São Sebastião, em Criciúma.

Conforme informações do site Engeplus, o homicídio aconteceu durante uma brincadeira entre Aléxia, o primo de 14 anos de idade e um vizinho de 13 anos, dentro do quarto dela. A arma do pai da adolescente – que era guardada no topo de uma armário dentro do banheiro – foi pega pelos adolescentes, que costumavam visitar a garota todas as tardes, após as aulas. Eles simulavam, com a arma descarregada, atirar a esmo dentro do quarto, apontando a arma também uns para os outros, bincadeira que, conforme o delgeado, Aléxia não gostava.
"Na tarde do crime, as balas foram retiradas do tambor do revólver, calibre 38, pelo primo da vítima, mas restou uma, por descuido. Ele apontou para Aléxia e disparou, de forma acidental, e atingiu o peito da adolescente após atravessar o punho esquerdo. Após o acidente, os dois adolescentes devolveram a arma para o lugar de costume, deixaram a casa de Aléxia e, desesperados, fizeram um pacto de silêncio, que não contariam o que havia acontecido a ninguém", explica Milanese.

Entretanto, após o velório e o sepultamento da vítima, na tarde dessa quarta-feira, o vizinho, de 13 anos, não suportou a pressão e a emoção e contou aos pais o que havia presenciado e às 18 horas, juntos, estiveram na delegacia. Na manhã desta quinta-feira, a equipe de investigação foi até a casa do autor do crime. "Ele relutou em afirmar que havia efetuado o disparo, mas confessou. Os pais dele não suspeitavam da autoria", completa o delegado.

Agora, o caso fica sob a responsabilidade da Delegacia de Proteção à Mulher, ao Adolescente, à Criança e ao Idoso. A arma usada no crime pertencia há anos à família, mas não era registrada e o pai de Aléxia, dono da arma de fogo, não era autorizado a portá-la. Conforme Milanese, cabe ao Ministério Público denunciar ou não o pai da adolescente por porte irregular de arma de fogo.  Contra os dois adolescentes foi registrado um Auto de Apuração de Ato Infracional, sendo que os dois responderão em liberdade pelo homicídio culposo de Aléxia.

Relembre o caso 

O corpo da adolescente foi encontrado por volta das 15 horas de terça-feira por seu irmão. O adolescente, de 17 anos, chegava do trabalho e encontrou as portas da casa chaveadas. Ao chamar a irmã e não ser atendido, entrou por uma das janelas da casa e encontrou Aléxia em seu quarto, deitada na cama, morta. Não havia sinal de luta ou violência na casa e no corpo da vítima, não ocorreu roubo. A Polícia Civil trabalhou com três hipóteses: suicídio, homicídio doloso ou culposo.