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Cadela deficiente ganha “cadeira de rodas”

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

Dócil, a cadela pretinha há pouco mais de duas semanas teve sua rotina alterada. Encontrada na beira da estrada com dificuldades de se locomover, ela foi acolhido pelo casal Manuel Fortuna, 72 anos, e Maria Salete Luz Cardoso, 68, moradores de Siderópolis, após perceberem uma deficiência em duas de suas patas. O que causou a perda dos movimentos das patas traseiras o casal não sabe, porém a compaixão pelos animais falou mais alto. Hoje Pretinha é considerada integrante da família. Com ajuda do Instituto de Defesa dos Animais de Siderópolis (IDDASI), agora a mascote da casa pode se locomover com o auxílio de uma “cadeira de rodas” improvisada.

Há um mês Pretinha foi resgatada da beira de uma das principais vias de Siderópolis. “Vi que alguns vizinhos passavam por ali e ficavam olhando. Sou curioso e quis ver também do que se tratava. Quando percebi um cachorrinho, chamei a Salete para ir ali comigo. Nós abraçamos a Pretinha e já trouxemos para casa. Cuidamos com remédio e fizemos uma cama pra ela”, explica Manoel.

Para Maria Salete, a chegada da nova integrante na família trouxe muita alegria. “Ela precisa de cuidados especiais, mas nós demos atenção e tratamos, pois deve sentir dor como um ser humano. A recompensa que ela nos dá é o carinho. Nunca vi um cachorro tão carinhoso como Pretinha”, comenta.

Pretinha volta a andar sem dificuldades

Pouco tempo após ser acolhida pela família, a cadela recebeu a visita de representantes da IDDASI, que foram até a residência com o intuito inicial de castrar uma gata de estimação do casal. “Estávamos preparando o mutirão de castração e duas voluntárias visitaram a casa por conta dessa gata. Foi então que decidimos castrar a cadelinha também. Ao ver a Pretinha nosso presidente Macsuelcomeçou a pensar em como ajudá-la, montando, poucos dias depois, essa ‘cadeira de rodas’”, relata o voluntário Valter Sebastião. O equipamento que dá sustentação para Pretinha caminhar é feito à base de canos de PVC.

Ver a cadela imediatamente conseguindo se locomover novamente, conforme o presidente da instituição, Macsuel Di Bona, foi uma sensação indescritível. “Já tinha visto na internet esse tipo de cadeira e pensei que poderia aprender e fazer uma com minhas próprias mãos. Foi recompensador, pois a força de vontade daquele animalzinho para viver me encantou muito. Pensei que ela demoraria um tempo para se adaptar, mas em menos de dez minutos já vinha sozinha caminhando em minha direção. Foi uma cena que não tem preço que pague”, afirma.

Durante o processo de confecção da cadeira, a cadela ficou hospedada na casa de Di Bona, o que fez com que toda a família se apaixonasse. “Ela conquistou a todos. Eu fiquei apenas três dias cuidando e me apeguei. Agora já sinto saudades, pois é nosso novo xodó”, completa.

Visitando frequentemente a nova amiga, Macsuel não cansa de agradecer e parabenizar o casal que se comoveu e deu abrigo ao animal. “Eles merecem nossos parabéns, pois, ao invés de passar e apenas olhar, como muitos fizeram, eles viram a Pretinha e tiveram o bom coração de levá-la para ser cuidada em casa. Esse gesto é nobre”, comenta Di Bona.

Para Manuel a satisfação de ver sua cadela de estimação conseguindo andar é uma alegria e um orgulho. “Fico muito contente e orgulhoso, pois é uma superação. Logo vou passear com ela no centro da cidade para que todos vejam como ela se recuperou”, declara.

Instituição trabalha a conscientização na cidade

A IDDASI promove dois mutirões de castração por ano e conta com aproximadamente dez voluntários ativos que comandam os trabalhos. A intenção do grupo é conscientizar sobre guarda responsável, importância da castração de animais domésticos, além de desenvolver ações que previnam as zoonoses, entre outros trabalhos de defesa dos animais e da saúde pública.

Com informações do Portal Clicatribuna