Segurança

Casal de Içara foi carbonizado no RS por recusar negócio, diz polícia

O corretor de imóveis e esposa foram queimados dentro de carro. Polícia diz que suspeito atraiu as vítimas para emboscada, diz polícia.

Foto: Reprodução

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A Delegacia de Homicídios de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, concluiu nesta terça-feira (29) o inquérito sobre a morte do corretor Paulo César Raichaski e a sua esposa Solange de Lima Vargas, encontrados carbonizados dentro de um carro às margens da BR-448 no dia 26 de agosto. Segundo a polícia, o casal morador de Içara, em Santa Catarina, foi morto por não aceitar um carro como parte do pagamento na compra de um imóvel.

O responsável pelo crime foi identificado como Vladmir Luciano de Jesus Israel de Zeferino, que já possui condenações por homicídio e roubo. De acordo com o delegado Marco Guns, o contato dele com o corretor  começou em maio, quando o homem, acompanhado da amante, foi à cidade catarinense se dizendo interessado em um móvel que estava à venda por R$ 80 mil. O suspeito teria pago um adiantamento de R$ 2 mil e depois teria oferecido um veículo como entrada, mas as condições não foram aceitas pelos proprietários.

“Desde maio, quando o comprador se compromete a fechar a compra, ele induz que o contrato seja firmado mediante a aceitação de um carro bastante velho, antigo, sem valor de mercado. Mas o Paulo, representando os proprietários, não aceita o veículo que ele queria colocar no negócio por R$ 10 mil”, explicou o delegado Marco Guns.

Depois de meses de negociação por meio de mensagens de celular, Vladmir teria concordado em pagar R$ 20 mil de entrada, com o restante do valor dividido em duas parcelas. Paulo, então, foi atraído à cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, acompanhado pela esposa, no dia 26 de agosto, quando seria assinado o contrato e transferido o dinheiro.

O encontro seria no cartório, mas Valdmir pediu que Paulo o encontrasse em casa, por volta das 10h. Ao chegarem na residência do indiciado, o casal teria sido torturado para que aceitassem o negócio, diz a polícia.

Cerca de uma hora depois, câmeras de monitoramento registraram uma mulher, ainda não identificada, em uma agência bancária, onde fez saques em dinheiro da conta da esposa de Paulo, Solange.

No final do dia, às 18h, o casal foi levado para a praia de Paquetá, em Canoas, onde o veículo onde estavam foi incendiado. A polícia foi chamada pouco depois, mas não foi possível salvar as vítimas.

Duas horas depois, câmeras de monitoramento registraram Valdmir e a mulher ainda não identificada em um supermercado, onde compraram dois celulares com os cartões de crédito das vítimas. Conforme o site G1 SC, o Valdmir foi preso preventivamente no último final de semana e encaminhado ao Presídio Central de Porto Alegre.