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Casal transforma papel velho em artesanato

Foto: Reprodução Jornal Diário do Sul

Foto: Reprodução Jornal Diário do Sul

Na época de tablets, smartphones e tanta tecnologia, quem imaginou que o papel ainda estaria presente e se transformaria em mimos personalizados? O casal Sandra Borges e Afonso Jr., de Tubarão, começou a produzir, em 2010, produtos com papel reciclado e criou a Papel Metamorfose.

Conforme reportagem do jornal Diário do Sul, os dois criam cadernos, agendas, caixas, tudo de forma artesanal. Mesmo na época da fotografia digital, são os álbuns os produtos mais procurados. Em algumas datas comemorativas, como Natal, Dia das Mães e Dia dos Pais, o número de pedidos aumenta. 

Afonso conta que, através de pesquisas e cursos no Rio Grande do Sul e em São Paulo, aprendeu as técnicas do papel artesanal e da marmorização, forma muito antiga de pintura, utilizada pelos turcos por volta do ano de 1500. 

Na maioria dos trabalhos, os clientes pedem produtos personalizados. “O início de cada trabalho é sempre um desafio diferente, desde a escolha do tecido que mais combina com os papéis, quantidade de páginas desejadas, a cor do cordão para costura, a serigrafia na capa, a embalagem”, explica Afonso. O nome do presenteado, por exemplo, é colocado através de uma impressão de serigrafia na capa. O processo é todo artesanal, desde a preparação da matriz até a impressão. 

Na parte de encadernação, as capas são costuradas manualmente ou é colocado um espiral.  

Afonso conta que o processo de fabricação do papel artesanal vem das aparas de papéis que já foram utilizados, ou seja, papéis de escritório, de gráficas. A qualidade do papel depende dessa coleta, desde a separação de cada cor, das gramaturas. “Na preparação da polpa, são selecionados os tipos de papel e colocados de molho em água por pelo menos 24 horas, para que amoleçam as fibras celulósicas. Depois são moídas em liquidificador e acrescentados os enfeites desejados. Costumamos colocar a fibra de bananeira cozida e moída, as cascas de cebola, cabelo de milho, pétalas de flores”, explica.  

A mistura é colocada aos poucos em um tanque com água. As folhas são feitas uma por uma. Cada folha é depositada em um tecido, uma em cima da outra. É prensado e, então, estendido no varal para secar.  

Os papéis são off set formato 96×66 e são pintados folha por folha também. “É preparado um líquido viscoso com materiais que compramos em São Paulo, e depositados em uma forma grande, do formato da folha. Ali  nesse líquido são acrescentadas as tintas nas cores e forma-se o modelo desejado”, explica Afonso. Com auxílio de “pentes” pode-se formar desenhos diferentes.