Saúde

Caso de ebola é descartado em Criciúma

Vigilância Epidemiológica e equipe técnica do HSJosé descartam o caso

Foto: Reprodução Engeplus

Foto: Reprodução Engeplus

Na tarde desta quinta-feira por volta das 13 horas uma mulher relatando que podia ter contraído o vírus ebola procurou atendimento no Hospital São José, de Criciúma. O fato chamou a atenção e gerou tumulto entre as pessoas que aguardavam na sala de espera do pronto atendimento da unidade. Conforme o site Engeplus, de acordo com uma mulher que estava no hospital, que prefere não ser identificada, a suposta portadora do vírus chegou apresentando náusea e vômito. Após ser atendida, a equipe de enfermagem pediu para que todas as demais pessoas que estavam no local se dirigissem para outro lugar.

“Após a mulher ser atendida uma enfermeira mandou sair e orientou que nós fossemos ao Posto 24 Horas porque tinha um caso de suspeita de vírus ebola. As enfermeiras estavam apavoradas, uma delas passou no corredor dizendo: 'eu encostei nela, posso estar contaminada', e logo chegaram as pessoas da epidemia com uma roupa branca, semelhante aos filmes, e começaram a limpar o vômito e as paredes. Uma enfermeira também conversou, em separado, com os pais de duas crianças que estavam ali”, relata.

O caso foi avaliado pela equipe médica do hospital e pela Vigilância Epidemiológica e foi considerado um “alarme falso”. “Não teve nada. Uma paciente chegou com queixa, achando que era a doença, mas já foi descartado. Ela teve contato com uma pessoa que passou mal no aeroporto, mas que não tem nada a ver com o país onde a epidemia está ocorrendo”, esclarece o diretor técnico do HSJosé,Raphael Farias, que diz não saber se a paciente permanece em atendimento na unidade.

No entanto, conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Criciúma e Região (Sindsaúde), Cleber Ricardo Cândido, a informação repassada a ele por funcionários é de que a suposta pessoa portadora do vírus se trata de uma aeromoça e que ela está em isolamento na unidade hospitalar. “Amanhã, vai vir uma equipe de Florianópolis avaliar o caso. Nós do sindicato vamos fazer um levantamento da situação e de como está sendo tratado o caso a fim de garantir a segurança dos profissionais da saúde”, destaca. Porém, a assessoria de imprensa da secretária de Saúde do Estado, negou que uma equipe virá até Criciúma por conta deste caso. 

Segundo o diretor técnico da unidade hospitalar as medidas adotadas são ações de precaução em prol dos demais pacientes que estão na unidade e da equipe que atua no hospital. “Como ela falou que achava que era ebola, tomamos medidas para não expor os profissionais e o público, após descartar a possibilidade de um caso de ebola voltou tudo ao normal”, explica Farias ao justificar o uso dos equipamentos de segurança que foram utilizados na limpeza do local.

A equipe da vigilância epidemiológica foi acionada assim que a possível portadora do vírus foi atendida e atuou no desenrolar do caso. “Fomos ao hospital. Fizemos uma reunião com o setor de agravo e esclarecemos tudo, a hipótese não procede”, destaca a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Criciúma, Joice Savi.

Joice salienta ainda que os centros médicos do município foram preparados para atender casos de possível contágio ou com o diagnóstico da doença. “Já foi feito um trabalho de orientação. Fizemos diversas reuniões, videoconferência e repassamos as orientações encaminhadas pelo Estado”, tranquiliza.

O ebola – O ebola é o vírus causador de um quadro de hemorragia grave, muitas vezes caracterizada pelo início súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e de garganta. Depois vêm vômitos, diarreia, funções hepática e renal deficientes, erupções cutâneas, e, em alguns casos, sangramentos internos e externos, com interrupção do funcionamento dos órgãos. Exames de laboratório incluem baixa de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas. O período de incubação do vírus pode durar de dois dias a três semanas, e o diagnóstico é complexo.

A ação do ebola no organismo humano é de difícil controle e cerca de 90% das pessoas contaminadas não sobrevivem. Atualmente, a doença tem se espalhado em diversos países da África e já matou mais de 3.865 pessoas na África Ocidental.

Como proceder diante de um possível caso – Em casos de suspeita de contágio pelo vírus a Vigilância Epidemiológica deve ser imediatamente acionada para que as medidas preventivas sejam adotadas, que em seguida irá informar a regional de saúde do município que deve transmitir as informações para o Estado para que ações estratégicas e de prevenção possam ser adotadas.

Para que um determinado quadro clínico seja considerada ebola é necessário que a pessoa tenha chegado ao Brasil, a menos de 21 dias, de um dos países com transmissão do vírus: Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria; ou que apresente determinados sintomas: febre de início súbito, sinais de diarreia intestinal, na gengiva ou através da urina.

Assim que o caso for considerado suspeito a pessoa deve ser colocada em isolamento até que a possibilidade seja esclarecida, ou que expire o período de contágio da doença.

Através do site Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, o Estado, no dia 22 de setembro, emitiu uma nota orientando sobre como proceder diante do ebola. Nela consta uma série de informações sobre a doença e quais as diretrizes a serem seguida em Santa Catarina.