Economia

Complexo Termelétrico Jorge Lacerda: descarbonização é pauta de estratégia

Foto: Divulgação

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Os diretores de Geração e Administrativo da ENGIE Brasil – Linha de Negócios Geração e Comercialização de Energia, José Laydner e Júlio Lunardi, reuniram-se nesta semana com os gerentes do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. O encontro serviu para esclarecer as lideranças de CTJL acerca da estratégia da ENGIE em relação ao carvão.

O Grupo está passando por uma profunda transformação que começou na Europa rumo a um ambiente de negócios baseado em Descentralização, Digitalização e Descarbonização. A ENGIE tem a ambição de se tornar a arquiteta desta transição energética. Na Descentralização essa estratégia é respondida pelo ingresso na geração distribuída, principalmente de fonte fotovoltaica. “O P&D que temos em Tubarão com a Usina Cidade Azul (3 MW) é parte desse novo rumo da Empresa”, comenta Laydner. Na Digitalização, o Grupo está desenvolvendo novas tecnologias para cidades e pessoas em áreas de atuação como mobilidade urbana, monitoramento de trânsito e serviços especializados.

Na Descarbonização a estratégia é responder ao movimento mundial por uma economia de baixa emissão de carbono. A meta da ENGIE é ter mais de 90% do seu EBTIDA oriundos de fontes renováveis. “No Brasil, estamos numa posição relativamente confortável em relação à meta do Grupo, pois temos quase 90% do nosso EBTIDA oriundos de fontes renováveis”, afirma o CEO da ENGIE Brasil – Linha de Negócios Geração e Comercialização de Energia, Eduardo Sattamini. Além disso, em termos de capacidade instalada, contando os 1.500 MW da participação da ENGIE na UHE Jirau, o carvão em nossa matriz energética representa 14% da capacidade instalada própria, já considerando Pampa Sul (340 MW) e Charqueadas (36 MW).

Contudo, novos investimentos em carvão no País não serão feitos. “O último projeto em carvão a ser feito é a UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), que está em implantação em Candiota (RS), com entrada em operação prevista para janeiro de 2019”, informa Laydner. Igualmente, operações obsoletas serão avaliadas e seu fechamento não é descartado. “A UTE Charqueadas será fechada no final do ano devido à sua obsolescência técnica”, lembra o diretor de Geração.

Em relação ao Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, suas unidades geradoras têm recebido investimentos e ainda contam com vários anos de vida útil pela frente, situação diferente de Charqueadas, onde todas as unidades passam de 50 anos de funcionamento. O Complexo é beneficiado com o reembolso do carvão feito através da CDE – Conta de Desenvolvimento Energético, subsídio criado para a manutenção da atividade mineradora de carvão no sul do país, e por isso, apresenta razoável rentabilidade, contribuindo positivamente para o resultado da ENGIE Brasil. Nesse sentido, o Grupo não tem uma posição definida quanto a sua permanência no parque gerador próprio, mas entende que muito provavelmente, o Complexo se manterá operando até a extinção do apoio da CDE. “A operação do Complexo Jorge Lacerda emprega cerca de 380 empregados próprios, além de mobilizar a economia local com geração indireta de postos de trabalho, e toda decisão a respeito do seu futuro deve ser tomada com a cautela necessária”, destaca o diretor administrativo Júlio Lunardi.

“Migrar para uma economia de baixa emissão de carbono é um objetivo do qual a ENGIE não se afastará. Porém, essa saída da geração a carvão no Brasil não vai acontecer intempestivamente sem que todos os aspectos sejam avaliados”, pondera o presidente da ENGIE Brasil, Maurício Bähr.