Economia

Compostagem vira negócio em Urussanga

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

O lixo, é sem dúvida, um grande problema enfrentado em todas as partes do mundo. A conscientização sobre o destino correto desses resíduos, agregado às políticas públicas, são premissas que ao longo das últimas décadas se intensificaram para diminuir o impacto ambiental e garantir um futuro sustentável. O reaproveitamento de resíduos não orgânicos, apesar de ter muitas etapas ainda a serem vencidas, está mais forte na pauta da sociedade.

O que muitas vezes esquecemos é que o lixo orgânico também pode ser reciclado. E é justamente neste mercado ainda novo que o engenheiro agrônomo Henrique Damian Preve, 25 anos, de Urussanga, resolveu apostar. Ele está montando na comunidade de Rio Salto uma usina de compostagem, a primeira entre Cocal do Sul e Urussanga, e também um das primeiras da região. Estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Preve concluiu o curso na capital do estado e queria retornar a cidade natal montando seu próprio negócio.

“Inicialmente eu queria trabalhar com a propagação de mudas, que necessitam de adubação, e aí surgiu a compostagem. Acabei deixando as mudas de lado e apostei na compostagem, também pelo momento oportuno de mercado”, conta Preve.

Demanda cada vez mais crescente

O Governo Federal instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga todos os municípios a adotarem uma gestão correta aos resíduos. A Lei nº 12.305/10 que estabeleceu a política designa a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos aos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, ao cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo. “É a partir desta obrigatoriedade que as usinas passarão a ter um demanda maior. O resíduo orgânico ninguém gosta de reciclar, gera mau cheiro. Ele não é reciclável porque ninguém faz isso”, coloca Preve.

No meio ambiente, o resíduo orgânico leva de 9 a 10 meses para se decompor. Na usina, esse processo leva no máximo 30 dias. Conforme o engenheiro, o sistema da qual utiliza é considerado artesanal, mas um pouco melhorado. Hoje, o resíduo chega à usina, que apesar de não estar totalmente pronta, já está com trabalhos em andamento, através de parceiros e com a coleta em grande geradores como supermercados, lojas e restaurantes. Após receber o lixo orgânico na usina um resíduo de madeira serrada é colocado sobre o material, que recebe algumas técnicas, e dentro de 30 dias vira adubo. A intenção do empreendedor, posteriormente, é comercializar também este adubo. A usina já tratou 6 toneladas de resíduo sem chorume.

Dados do Ministério do Meio Ambiente apontam que cerca de 55% do lixo produzido no país é composto por resíduos orgânicos e sofrem o soterramento nos aterros e lixões. Em 2012, foram coletadas 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, estimativa com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) publicados em 2014, com coordenação é do Ministério das Cidades.

Conscientização é uma das barreiras

Segundo o engenheiro, o negócio enfrentada dificuldades. “Uma delas é quanto à conscientização das pessoas. Muitas já fazem a reciclagem do lixo não orgânico e quando eu apresento a ideia do orgânico acham sensacional, porém quanto sabem que precisam pagar para isso, mudam de opinião”, comenta o engenheiro. O quilo do lixo orgânico custa R$ 0,25. Ainda, conforme ele, este trabalho gera economia aos cofres públicos. Para o engenheiro, caso adotassem um sistema de compostagem os municípios estariam reduzindo o valor pago aos consórcios de resíduos sólidos.   

Dica de compostagem caseira

O engenheiro Henrique Preve dá um dica de como reaproveitar o lixo orgânico. “É muito simples. Em um canto do muro coloque todos os restos de alimentos e cubra com grama e sempre vá mexendo essa mistura, nunca deixe de cobrir para evitar insetos”, explica.

Com informações do Portal Clicatribuna