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Conferência sobre educação superior encerra Congresso Ibero-Americano na Unesc

A primeira edição do Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação, promovido pela Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), encerrou nesta manhã, com uma conferência no Auditório Ruy Hülse, na própria instituição de ensino. Ministrada pelo diretor de Políticas de Graduação do MEC, professor doutor Dilvo Ristoff, a palestra foi mediada pelo professor doutor Vidalcir Ortigara e teve como tema principal a educação superior no Brasil, além de reconhecer as dificuldades e melhorias no sistema educacional.

Conforme Ristoff, as grandes conferências mundiais sobre educação tratam-na como um bem público e não como uma mercadoria. “Entende-se, assim, que as instituições de ensino superior devem ocupar-se dos grandes dilemas mundiais na busca pela sustentabilidade da vida humana na terra, como da segurança alimentar, mudanças climáticas, gestão da água, energias renováveis, saúde pública, paz, Direitos Humanos, entre outras questões de igual relevância”, pontua o conferencista.

Ele enfatizou que mesmo com as limitações encontradas, as universidades são chamadas a ser protagonistas dos grandes debates. “A educação interessa a todos. Não só aos alunos, mas aos seus pais, ao mercado, ao governo e, principalmente, ao Estado”, garante, ao lembrar que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer até transformar a educação superior em pública, já que mais de 70% dos matriculados em algum curso de graduação estão no setor privado. “Estes dados são um alerta. O nosso país está na contramão do que deveria ser, e a América Latina segue na mesma direção”, explana o professor.

Na plateia, assistindo atentamente ao evento, estava a assistente social criciumense Ana Claudia Figueiredo. A profissional fez questão de participar da conferência justamente pela necessidade de rever certos conceitos sobre a educação superior no país. “Eu penso que o acesso à universidade deveria ser considerado universal, sem qualquer forma de limitação. Nossos jovens precisam ter acesso a um ensino de qualidade”, ressalta.

Congresso reuniu mais de mil profissionais e 350 apresentações trabalhos

Sucesso. Assim os integrantes da comissão organizadora do Congresso Ibero-Americano definem o evento. Com mais de mil inscritos e 350 trabalhos apresentados, a primeira edição teve todas as expectativas superadas, tanto de público quanto de troca de experiências. É isso o que diz a diretora da UNA HCE (Unidade Acadêmica de Humanidades, Ciências e Educação da Unesc), Angela Back. “O grande objetivo do Congresso era fazer com que os grupos de trabalho da Universidade interagissem com grupos de outras instituições e isso foi realizado muito bem, já que tivemos a participação de representantes dos estados brasileiros e de outros países”, conta.

Além disso, o evento fortaleceu as discussões em torno da educação, congregando professores e pesquisadores, a fim de averiguar possíveis mudanças no ensino. “O resultado foi fabuloso. A participação de pessoas vindas de lugares distantes enriqueceu muito o Congresso. Tivemos um respaldo tão interessante que a ideia é de que o evento se constitua a cada dois anos a partir de agora”, explica Angela.

O reitor da Unesc, Gildo Volpato, também expressou a alegria em poder ter feito parte deste momento tão importante para a Instituição. “A Universidade cumpriu bem o seu papel e colocou em discussão a educação. Fizemos o que estava ao nosso alcance, desde a parte educacional até a estrutural, para oferecer aos visitantes um ambiente acolhedor e, acima de tudo, repleto de conhecimento”, fala.

Os participantes também aprovaram a forma com a qual o Congresso foi realizado, além de ressaltar a valorização do professor. “Este é um evento de significativa importância para a área, tendo como foco principal os cursos de licenciatura. O grau de qualidade das discussões e o movimento nos Grupos de Trabalho refletem a aproximação entre a escola e a universidade, dois eixos que deveriam ser parceiros, mas que estão, de certa forma, distantes”, comenta a professora do mestrado de Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, de Chapecó, Claudia Finger Kratochvil.

O Congresso teve a duração de quatro dias. Iniciou na última quarta-feira (10\9) e seguiu até este sábado (13\9), contando com uma série de atividades, como oficinas, minicursos, Grupos de Trabalho, palestras, Feira do Livro, Feira da Solidariedade e mesas redondas. 

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação

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