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Contra implantação de antena telefônica, moradores protestam no bairro Santo Antônio

Foto: Douglas Saviato/Engeplus

Foto: Douglas Saviato/Engeplus

Moradores do bairro Santo Antônio, em Criciúma, insatisfeitos com a implantação de uma antena de telefonia realizaram nesta sexta-feira (19) um protesto contra o início da execução da obra. Conforme o site Engeplus, parte da comunidade teme os riscos que a antena pode trazer aos moradores. “Existem controvérsias sobre os malefícios que uma antena pode trazer e nós não queremos pagar para ver”, argumenta a moradora, Lucinéia Peres da Luz.

Além da preocupação com os danos a saúde, os moradores estão preocupados com a desvalorização do terreno e a poluição visual do bairro. O local onde a torre é construída está localizado na rua Gelson Locks e fica ao lado da casa de Lucia Gonçalves da Silva, de 67 anos, que se sente incomodada com a situação. “Vai desvalorizar o que eu levei anos para conseguir, sem falar dos riscos que vai trazer para mim e para minha neta de 5 meses”, comenta.

A antena a ser instalada no local é da operadora de telefonia celular Tim. O terreno é de uma família moradora de outra rua do bairro, que defende a instalação da antena e por isso arrendou a área. “Nós não acreditamos nisso, meu irmão mora próximo a uma antena e até hoje não sofreu nada. Queremos que toda a comunidade possa ter um bom sinal de telefone”, diz a proprietária do terreno, Eliete Costa Fernandes.

A obra é realizada pela empresa American Tower do Brasil, que presta o serviço de construção das torres para diversas empresas de telefonia no país. Conforme o engenheiro de telecomunicação, Pedro Nogueira, a obra possui todas as licenças necessárias para a implantação da torre. “Já tentamos esclarecer sobre a antena, mas eles não querem nos ouvir. É um problema recorrente em diversos locais onde tentamos instalar as torres. Estamos pensando em solicitar um estudo para aferir os níveis de radiação nas imediações do local para que a comunidade possa acompanhar e ver que o índice será baixo e 200 vezes mais baixo do que o limite permitido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)”, esclarece.

O alvará para implantação da antena foi concedido em maio de 2013 e renovado em 2014. De acordo com o Plano Diretor de Criciúma de 2013, os equipamentos não devem ser instalados a menos de 30 metros de escolas e asilos. “Está tudo certo. A empresa tem todas as licenças, pois a antena estará a uma altura superior a 50 metros da residência”, explica a responsável pela Divisão de Planejamento Físico e Territorial (DPFT) de Criciúma, Tânia Maria Barcelos Nazari.

Os moradores realizaram um abaixo-assinado com 250 assinaturas para tentar impedir a construção e pretendem continuar com as mobilizações em frente ao terreno. “Vamos fazer uma corrente humana para não deixar as máquinas entrar até termos uma reposta. Queremos que a obra seja parada e não vamos abrir mão de que a prefeitura ou o Ministério Público dê explicações, pois depois que a obra tiver pronta ninguém mais irá tirá-la daqui”, destaca o presidente do bairro, Emerson de Sousa Gabriel.