Segurança

Crianças e adolescentes consomem bebidas alcoólicas e fumam em abrigo na Serra catarinense

Em um dos vídeos, menores fazem uma festa regada a caipirinha

Foto: Reprodução / RBS TV

Foto: Reprodução / RBS TV

Imagens que revelam crianças e adolescentes fumando e consumindo bebidas alcoólicas, numa casa onde deveriam ser acolhidas e ajudadas, foram ao ar nesta sexta-feira, no RBS Notícias, da RBS TV. O local é a Casa Lar de Curitibanos, na Serra catarinense.

Os vídeos foram gravados por adolescentes que moram no local. Em um deles, é possível ver uma criança de seis anos fumando e ao fundo se ouve uma adolescente incentivando o menino. No segundo, menores entre 12 e 17 anos fazem uma festa regada a caipirinha.

A Casa Lar de Curitibanos é mantida pela prefeitura do município e recebe crianças e adolescentes que foram retirados da família por decisão judicial. A maioria vive lá porque os pais não tinham mais condições de cuidar.

Em entrevista à reportagem da TV, o delegado de Curitibanos, Gustavo Madeira da Silveira, fala que são constantes os registros de ocorrência envolvendo a Casa Lar.

O RBS Notícias teve acesso a um documento do Ministério Público (MP-SC) que relata diversas irregularidades constatadas durante uma visita à casa. Entre os problemas, está a falta equipe técnica, como assistente social, pedagoga e psicóloga. O MP-SC aponta que a casa não tem atividades de lazer e que a frequência escolar não é acompanhada. A promotoria encaminhou à prefeitura ofício pedindo providências, mas ainda não obteve resposta.

O secretário de Assistência Social do município, João Carlos Martins dos Santos, reconheceu os problemas e assegurou que a prefeitura vai atender às recomendações feitas. "O mais rápido possível estaremos entregando toda essa informação ao Ministério Público, até porque nos interessa fazer com que a casa funcione.

As denúncias de irregularidades no local surgiram no ano passado quando uma monitora teria sido flagrada dormindo com um dos adolescentes. A situação foi resolvida, segundo o secretário, e a funcionária foi exonerada.

Os vídeos obtidos pela reportagem foram repassados ao Ministério Público. Caso a prefeitura não resolva os problemas, conforme o site Diário Catarinense, a promotoria pode instaurar uma ação civil pública contra o município.