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Criciúma abriga 3 mil estrangeiros e teme não poder receber mais pessoas

Foto: Reprodução RBS TV

Foto: Reprodução RBS TV

No ano passado, Criciúma, no Sul de Santa Catarina, recebeu mais de 3 mil imigrantes. Agora, inclusive pela crise econômica, o município diz que não tem condições de recebê-los tão bem quanto em 2014.

No auge da chegada deles a Criciúma, em julho do ano passado, a cidade chegou a receber 600 pessoas de uma só vez. Hoje, esse número diminuiu bastante. Ainda assim, eles continuam chegando, cerca de 10 toda a semana, vindos de países como Gana, Senegal, África do Sul, Togo e Haiti.

Problemas

A Secretaria de Assistência Social diz que, no ano passado, as empresas ofereciam, em média, 15 vagas por dia. Agora, são, no máximo, duas. Os motivos são a crise, que está freando o investimento por parte dos empresários, e o excesso de imigrantes que desembarcou na cidade em 2014.

O haitiano Mezac chegou a Criciúma há um pouco mais de um ano e meio. Em 2005, ele se mudou para a República Dominicana em busca de uma vida melhor. Anos depois, veio parar no Brasil. Trabalhou em uma metalúrgica, mas foi demitido. Então, decidiu abrir o próprio negócio, fazendo serviços de costura. Voltou a exercer a profissão que aprendeu ainda no Haiti.

"Tinha um amigo meu que estava aqui antes. Ele me falou que pensava que a coisa, o dinheiro, era mais. Mas quando eu cheguei, não era isso", disse o imigrante.

Além da falta de emprego, a Assistência Social enfrenta problemas com a casa de passagem São José, onde os imigrantes ficam assim que chegam na cidade. Ela precisa de reformas e o número de vagas deve diminuir. Com o inverno, os moradores de rua ficam no mesmo local, sobrando menos espaço para os imigrantes.

"A gente está pedindo para todos que nós estamos atendendo que peçam para os seus amigos, os seus familiares que não venham em uma época dessa. Nós não vamos poder atendê-los de uma maneira digna. Eles vão ficar sem o atendimento e nós não quereremos que volte para a nossa cidade o que nós vimos no ano passado, que, na verdade, era um depósito de pessoas", disse a secretária de Assistência Social, Solange Barp.

E finalizou, afirmando que "acho que ninguém merece isso. Todo mundo que vem, vem em busca de um sonho. Então nós temos que não frustrar esse sonho".

Com informações do site G1 SC