Educação

Crime intelectual

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Entre o ingresso na escola à conclusão do ensino superior há um longo caminho a ser percorrido, envolvendo gastos, desgastes, renúncias, sacrifícios, dedicação, mas com a compensação ao final da jornada pelo conhecimento adquirido, que fará a diferença tanto na vida pessoal quanto profissional.

São milhares de horas de aprendizagem envolvendo mestres, pesquisas, trabalhos, avaliações, palestras. Enfim, um conjunto de condições indispensáveis para que o conhecimento chegue a cada cidadão, de forma rica e consistente, modificando-o para sua inserção atuante e transformadora na sociedade. Apesar de toda essa trajetória, algumas vezes deparamos com profissionais despreparados no mercado de trabalho. O que dizer então de quem compra um diploma nos mercados livres da vida?

Com o advento das tecnologias de informação a tipificação de crimes tomou uma proporção assustadora, mas o de “compra de diplomas” é um tanto inusitado, pois além de ferir os princípios constitucionais, trata-se de um crime moral que refletirá na sociedade como um todo. O diploma é um passaporte para entrada no mercado de trabalho, mas neste caso, de profissionais sem a devida qualificação na área especifica de atuação. São médicos, professores, engenheiros, advogados, enfim as mais diversas especializações, nos mais variados segmentos sociais, inaptos para o exercício da profissão. Os diplomas estão à venda em anúncios de jornais, na internet, nas ruas; entregues por correio, e-mail, nas calçadas…

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Os bandidos são ousados, descarados, desafiam a lei, debocham das instituições de ensino, corrompem os fracos de caráter, porque quem tem princípios não se propõe a esse tipo de falcatrua. Sabe-se que é crime vender diploma, mas o maior criminoso é quem compra, pois se não houvesse cliente, o bandido não sobreviveria.

Em se falando de educação, crime intelectual não se restringe à compra de diploma apenas. O plágio de trabalhos pode trazer sério prejuízo ao acadêmico podendo, se descoberto, enfrentar problemas judiciais, além de perder o diploma.

A cola, outra prática comum dos estudantes, também configura crime intelectual, assim como a compra de trabalhos prontos. São atitudes que caracterizam sabotagem na formação acadêmica, cujos reflexos serão sentidos no exercício da profissão, pois são desvios de caráter.

É entristecedor conviver com os fatos, mas pior ainda é saber que “professores” se juntam à quadrilha neste crime hediondo. Digo professores com “p minúsculo”, pois são apenas aproveitadores, eu diria “os piores de todos” que compõem a corja.

Vale lembrar que o Professor, responsável no exercício de sua função, tem o compromisso de, além de transmitir conhecimentos científicos, formar o acadêmico dentro dos princípios inerentes a todo ser humano, devendo para isso sair da sua zona de conforto, e nunca desistir de acreditar que “a educação é o único caminho para um país dar certo”.

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