Economia

Crise na mineração continua e carboníferas da região não recebem recursos há dois meses

Foto: Divulgação

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O atraso no pagamento está colocando em risco o setor carbonífero na região Sul de Santa Catarina. Há dois meses as carboníferas não recebem o repasse de recursos vindo da termoelétrica. De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral Fernando Zancan, isso ocorre porque a empresa também não está recebendo o valor que viria do Governo Federal.

Isso tudo causa uma espécie de efeito dominó porque as carboníferas não recebem e acabam atrasando o pagamento de fornecedores. "O atraso reflete toda a cadeia produtiva e isso também reflete em aumento de custos para as empresas porque você tem que girar e o juro aumenta. Então é um problema da cadeia produtiva como um todo, não só das mineradoras, mas de todos os seus fornecedores que estão tendo esse problema de atraso de pagamento".

O problema começou em fevereiro, mesmo assim, a Tractebel conseguiu fazer os pagamentos até setembro. O valor mensal que deixa de ser repassado é de mais de R$ 90 milhões. Zancan explica que com a lei de redução da conta de energia, o Tesouro Nacional mudou a forma de reembolso, o que acabou gerando os atrasos. Ainda de acordo com ele, a crise no setor elétrico piorou ainda mais a situação que já era complicada.

"Acreditamos que esse decreto resolve a situação dos mercadores. Agora nós estamos trabalhando no sentido de viabilizar um decreto que venha regulamentar a questão do pagamento dessa conta. Isso acontecendo, deve ser regularizada a situação ainda para o ano que vem".

Zancan ainda não fala em demissões na indústria carbonífera, mas admite que se o decreto que pode organizar a forma de pagamento não for votado com urgência, muitas empresas podem entrar em crise financeira. "Nós estamos esperando uma solução o mais breve possível porque é um setor que fornece energia e o Brasil precisa de energia. Nós entendemos que não poderão ser tomadas soluções de continuidade, logo deverá estar sendo resolvida essa questão".

Uma empresa de Criciúma fornece máquinas e equipamentos de proteção individual para pelo menos seis carboníferas da região e também para prestadoras de serviço. O setor da mineração corresponde a 30% das vendas da empresa, mas nos últimos meses o volume caiu pela metade. Além disso, o gerente financeiro Luciano Mendes diz que os clientes já estão atrasando o pagamento.

"Na verdade as empresas estão apenas se mantendo em atividade, elas não estão fazendo novos investimentos. Então, esse é o principal reflexo, estão só mantendo o quadro atual de investimento", disse.

Com informações do site G1 Santa Catarina