Educação

Deputado ou presidiário?

A professora Ana Maria Dalsasso apresenta em sua coluna, uma reflexão sobre o crime na política brasileira.

Foto: Divulgação

Está cada dia mais difícil, para pais e educadores, a missão de formar nossas crianças, jovens e adolescentes dentro dos princípios básicos da conduta humana, pois o que temos acompanhado em todas as esferas do poder público põe por terra o discurso da coerência, ética, igualdade para todos, condições essenciais para a vida em sociedade. Discursos são rasgados, leis atiradas ao lixo, cargos barganhados, justiça desacreditada, presidiários legislando, tornozeleiras como enfeite… Enfim, o país nas mãos de criminosos.

Nada mais nos assusta na atual conjuntura política do país, e quase desistimos de debater o assunto, tamanha é nossa descrença na possibilidade de que sejam varridos os corruptos que acabam com a nação, porém saber que hoje temos um presidiário deputado integrando as comissões de Educação e Direitos Humanos da Câmara, realmente é um deboche para com a sociedade brasileira.

Ao homem que foi condenado a sete anos de prisão por fraudar licitação para construção de creche e falsificar documento público é dado o direito de legislar, participar das decisões do país, receber um alto salário, e até votar em defesa de Michel Temer. Será para isso que continua com seus direitos políticos preservados?

Foto: G1

Neste país tudo é possível, pois mesmo condenado, não perdeu seus direitos de parlamentar e recebe a mísera quantia de: “R$ 34 mil de salário com direito a contratar até 25 servidores, mas sem estourar os R$ 101.971,94 da cota que é destinada a cada parlamentar. O pacote inclui carro oficial, TV por assinatura, internet, telefone fixo, transporte e alimentação, auxílio moradia e saúde. Todos pagos pela Câmara dos Deputados com dinheiro do contribuinte”. É de dar inveja a qualquer um…

Diante das necessidades enfrentadas pela maioria da população sem saúde, educação, segurança, saneamento básico, ler esse tipo de informação causa náuseas a qualquer cidadão de bem, pois o Congresso Nacional, composto por 513 Deputados e 81 Senadores, custa hoje R$28 milhões por dia aos cofres públicos. Suplente de outro bandido chamado Eduardo Cunha, o Deputado Celso Jacob está entre essa parcela privilegiada da população brasileira, apesar de ser “hóspede” no presídio da Papuda no período da noite.

Na foto, Eduardo Cunha (E), Celso Jacob (centro) e Michel Temer (D) – Foto: Divulgação

Todas as manhãs, um carro com motorista particular (pagos como nossos impostos) leva-o até o Congresso e com “pinta” de bom homem virá deputado; à noite muda o uniforme e volta a presidiário. Convém saber que no Congresso recebe auxílio transporte, mas não usa para essa situação. Além disso, tem a vantagem de redução da pena, pois por lei para cada três dias trabalhados, um dia a menos na prisão. Isso equivale a dizer que a pena de sete anos será reduzida para um ano, sem nunca ter deixado de receber as vantagens do cargo.

Junte-se ao “deputado presidiário” ou ao “presidiário deputado”, como vocês preferirem, o homem da mala que furou a fila para ter uma tornozeleira eletrônica (será que está sendo monitorada?), um Presidente da República coberto pela lama da corrupção, um senador safado absolvido pelo Conselho de Ética, ex-governantes que levaram o país ao caos, e tantos outros fatos, e teremos o triste retrato da atual nação brasileira.

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