Segurança

Doações que mudam toda uma vida

Foto: Divulgação/Diário do Sul

Foto: Divulgação/Diário do Sul

Nesse sábado, dia 27 de setembro,  comemorou-se o Dia Mundial de Transplante de Órgãos. Pessoas como o estudante de Jornalismo Jean Cardoso, de 20 anos, tiveram a vida completamente mudada e resgatada por conta de doações desse tipo e têm bons motivos para lembrar com carinho dessa data.

O transplante de órgãos acontece quando a medicina esgota todos os recursos para a recuperação da saúde através dos tratamentos tradicionais. Jean Cardoso passou por essa situação. Diagnosticado com bronquiolite obliterante aos quatro meses de vida, ele teve uma infância bem conturbada.

“Por causa dos problemas de respiração, não podia brincar como qualquer outra criança e fui alfabetizado em casa, pois não conseguia ir para a escola”, comenta o estudante.
A saúde de Jean conseguiu uma pequena vitória quando um amigo da família sugeriu um tratamento com remédios homeopáticos. Se a bronquiolite obliterante não foi eliminada, pelo menos teve os efeitos diminuídos, o que permitiu a ele fazer, ainda com restrições, pequenas atividades, como brincar e ir para a escola.

As limitações físicas e consumo de medicamentos diversos fizeram que Jean se tornasse uma criança obesa. Entre os sete e 10 anos de idade, ele media 1,5 metro de altura e tinha 75 quilos. Tudo começou a mudar quando um médico amigo da família começou a fazer residência na Santa Casa de Porto Alegre, hospital referência em transplante de vários órgãos.

Segundo o Jornal Diário  do Sul, as primeiras consultas com o médico José Camargo foram extremamente animadoras e Jean recebeu uma das melhores notícias de sua vida: ele poderia ser beneficiado com um transplante de pulmões, o que lhe colocaria em condições de continuar sonhando em ser jogador de futebol, narrados esportivo ou piloto de Fórmula 1.

Aos 10 anos, ele iniciou as sessões pré-operatórias para o transplante. Como ainda estava em fase de crescimento, não havia a necessidade de receber dois pulmões formados, mas apenas uma parte, o chamado lóbulo, que acompanharia o crescimento do organismo e se tornaria dois órgãos completos. Coube aos pais do menino doar cada um desses dois lóbulos.

O pós-operatório não foi dos mais fáceis para o menino transplantado. Houve um princípio de rejeição e infecção generalizada, que foram controlados com muito custo. Jean ainda precisou passar praticamente um ano vivendo em Porto Alegre para procedimentos médicos complementares. O esforço, contudo, valeu a pena.

Jean, finalmente, pôde ter uma vida normal. Conseguiu jogar futebol sem problemas e, apesar de não virar um piloto de F1, começou a construir a carreira de locutor esportivo ao ingressar no curso de Jornalismo na Unisul. Hoje ele já atua como repórter e plantão esportivo da Rádio Super Santa, onde trabalha com o narrador e colunista do Diário do Sul Eduardo Ventura, que considera um grande amigo e ídolo.