Segurança

Emocionados, pais desabafam sobre prisão de jovem e relembram morte de Vivian

Pai e mãe estiveram frente a frente com o garoto preso nesta sexta-feira e agradecem investigadores

Foto: Douglas Saviato/Engeplus

Foto: Douglas Saviato/Engeplus

Presente nos porta-retratos de casa e no álbum de formatura do ensino médio. Presente na memória e no coração de João Plinio Phillipi e Ana Luíza Müller Phillipi, os pais da jovem Viviam Lais Phillipi, de 17 anos, morta cruelmente em um terreno baldio há poucos metros de casa no dia 4 de março.

Pai e mãe receberam a notícia do setor de investigação da Polícia Civil de Içara da prisão do acusado de ser o autor dos crimes cometidos contra Vivian nesta sexta-feira, dia 17, por volta das 19 horas. Momentos depois, ambos estiveram frente a frente com o jovem, de 18 anos, localizado pelos policiais em um bar no bairro Tereza Cristina, em Criciúma.

Denúncia anônima – A equipe de investigação chegou até o jovem através de uma denúncia anônima realizada na última segunda-feira, dia 13. Os investigadores foram até o local apontado pelo denunciante e levaram o jovem até o Instituto Médico Legal (IML) de Criciúma com intuito de coletar material genético para confrontar com o material encontrado no corpo de Viviam no dia do crime.

As amostras foram levadas para o Instituto de Análises Forenses (IAF) do Instituto Geral de Perícias (IGP), em Florianópolis, na terça-feira, dia 14. No início da noite dessa sexta-feira, a família foi informada sobre o resultado do exame.

“Estava agoniada, pois os resultados dos outros suspeitos haviam sido todos negativos. Neste caso, o investigador chegou a falar: ‘não deu 100%, deu 110% positivo’. Quando o investigador nos contou, o garoto já tinha sido localizado. Ele não é o suspeito, é o autor da morte da minha filha. Não há como negar, os exames comprovaram 100%”, afirmou a mãe em entrevista ao site Engeplus.

Frente a frente – Os pais tiveram a permissão de ficar alguns minutos com o jovem. “Eu e minha esposa levamos uma foto da nossa filha, mostramos e questionamos o porquê daquilo. A única frase que ele dizia é que só falaria na frente do juiz. Ainda estamos em estado de choque, não conseguimos dormir direito esta noite”, desabafou o pai emocionado.

Segundo a mãe, ele não dizia nenhuma palavra e ainda mostrou indiferença diante da foto de Vivian. “Para mim é um monstro, não passo chamar de um ser humano pela frieza dele. Ele praticamente quis vomitar na foto da minha filha”, relata. Ainda conforme o pai, além do material genético coletado, uma filmagem mostra a presença do garoto nas imediações do crime uma hora antes da ocorrência.

Ligação entre o envolvido e Vivian – Vítima e acusado não tinham nenhuma ligação de amizade, segundo a mãe. Ambos estudaram na Escola Municipal Quintino Rizzieri, em Içara, mas em séries diferentes no ensino fundamental. Os pais de Vivian lembraram que o jovem havia trabalhado como ajudante de pedreiro em uma reforma na antiga casa ocupada pela família, no bairro Jardim Silvana. A reforma ocorreu há quatro anos. “Desde então nunca mais havíamos visto”, ressalta.

Reação – Ana Luíza espera que o garoto pague pelo crime cometido. “Como mãe não tenho piedade dele, assim como ele não teve com a minha filha. Quero que pague até o último dia de vida”. Ainda conforme Ana, o receio é que o acusado passe a ter algum comportamento excepcional na tentativa de justificar o crime.

“Se as pessoas olharem as redes sociais percebe-se que não há nada de anormalidade. Inclusive, a sua patroa ficou chocada com a notícia. Ele atuava em uma empresa de bebidas há um ano e meio. No dia do crime ele havia levado um gancho, o que confirma a autoria dele”, comenta Ana.

As boas lembranças – De acordo com os pais, só lembranças boas ficarão na memória. “Ela não podia ver a gente triste, estava sempre sorrindo, brincando. As lembranças dela são todas boas, desde que ela nasceu foram 17 anos vividos intensamente”, lembra emocionado o pai. A mãe recorda que ela estava sempre feliz, inclusive, momentos antes do crime. “Não imaginava que aquele momento seria uma despedida. Agora, ela é o nosso anjo”. 

Investigação – A família agradece ainda a equipe de investigação que trabalhou durante mais de 40 dias na busca de autores do crime. “Em especial quero agradecer muito ao investigador Ernane que não mediu esforços em ajudar nesta investida, sempre disposto em nos auxiliar”, agradece Ana.

Levado ao presídio – O jovem foi preso pela Polícia Civil com auxílio da Polícia Militar em um bar pertencente ao pai de sua namorada no bairro Tereza Cristina, em Criciúma. Ele foi levado para a Delegacia de Içara e neste sábado foi encaminhado ao Presídio Santa Augusta. O acusado era morador do bairro também com o nome de Tereza Cristina, mas pertencente ao município de Içara.

Relembre o caso: Estudante de 17 anos é achada morta em Içara