Foto: Gentil Francisco
O impasse na greve dos trabalhadores ceramistas ganhou um novo ingrediente com a liminar favorável às empresas expedida hoje (16) proibindo a formação de piquete a uma distância de pelo menos 1 km da entrada das cerâmicas. O interdito foi concedido às empresas Portinari, Porcelanato Eliane e Eldorado.
Segundo o advogado do Sindicato dos Trabalhadores Ceramistas de Criciúma e região, Arlindo Rocha, a decisão da justiça não impede a paralisação que continua forte e deverá ser ampliada. “Estaremos entrando com a defesa para manutenção desse direito legal dos trabalhadores e avisamos a todos para que permaneçam em casa e continuem fortes na mobilização”, explica o advogado que deve entrar na justiça com o pedido de reconsideração ainda nesta tarde.
A greve no setor iniciou na quinta-feira, dia 13 de março, na Cerâmica Portinari e ampliou no dia 14 para a Unidade da Eliane de Criciúma, completando hoje quatro dias de protestos. Mais de 1,2 mil trabalhadores aderiram com 100% de paralisação.
O movimento foi deflagrado após várias rodadas de negociação e rejeição de todas as propostas patronal sendo a última oferecida ontem de 8% para quem recebe até R$ 3 mil e o INPC de 5,56% para os trabalhadores com vencimentos acima de R$ 3 mil até R$ 5 mil. Os demais seriam livre negociação por empresa; 13,6% sobre o piso vigente de R$ 1.144,00 passando para R$ 1.300,00, além de R$ 850,00 de abono. A categoria quer 10% de aumento geral, sendo 5,56% de INPC e 4,44% de ganho real, abono de R$ 850,00 e uma hora de intervalo de refeição para aquelas empresas que fazem 30 minutos como a Eliane, Gabriela e Piso Forte além da manutenção das demais cláusulas sociais. A data-base em 1º de janeiro. São 13 cerâmicas na região concentrada em Criciúma, Cocal do Sul e Urussanga.
Colaboração: Maristela Benedet
