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Entre a angústia do tratamento, um momento de conforto e descontração

Pacientes da Associação Unidos Contra o Câncer e seus familiares tiveram um dia diferente na Barra Velha, no Balneário Rincão.

Foto: Divulgação

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Um dia diferente para os pacientes cadastrados na Associação Unidos Contra o Câncer. Eles participaram de um dia na praia, o cenário escolhido para a festa foi a Barra Velha, no Balneário Rincão. Uma programação recheada de jogos, música e brincadeiras na beira mar. O encontro reuniu também as famílias dos pacientes da Associação. “Nossa ideia é tirar eles da rotina do tratamento, fazer com que eles esqueçam que têm um problema e disso criar um momento de lazer, conforto e descontração”, explica a psicóloga da entidade, Maria Salete Francisco. 

O bagunça organizada começou cedinho, às oito horas da manhã. O espaço foi cedido por um dos pacientes da Associação. O anfitrião não escondia a euforia em receber os colegas de tratamento. “Eu sempre gostei de casa cheia. Meu cantinho aqui é bem simples, mas é muito aconchegante. É muito bom poder receber cada um e fazer desse um momento especial para eles e, acima de tudo, para mim e minha família”, conta Daniel Henrique, que está na luta contra um câncer há três anos. 

Dona Evacir, casada com Daniel, fez as honras da casa. “Eu estou feliz em receber todas essas pessoas aqui no nosso canto. Os dias não são nada fáceis. Quem luta contra um câncer tem uma nova batalha a cada amanhecer. O Daniel, meu marido, é uma pessoa muito animada, mas, às vezes, o tratamento é desgastante. E eu estou sempre dando apoio e incentivo. Eu sei que ele gosta de agito, de gente, de casa cheia. Sendo assim, não poderia ser diferente, se isso o ajuda e todas essas pessoas também, eu vou sempre estar com as portas abertas”, destaca Evacir Goulart.

Seu Romeu foi acompanhado da filha, de oito anos. A luta contra a doença está completando sete meses e há quatro participa das atividades da associação. “Eu e a minha pequena estávamos ansiosos por esse dia”, conta Romeu Nilton Lacerda. “Com esse momento, apesar da doença, eu consigo ver que a vida vale a pena. Muitas vezes o tratamento é cansativo, a rotina é exaustiva mesmo. Mas não podemos desistir, nunca pensei nisso. A vida é maravilhosa e eu busco aproveitar ao máximo esse e todos os dias da minha vida”, completa. 

As atividades foram variadas, teve banho de mar, jogo de bocha e até mesmo uma improvisada roda de capoeira e muito bate papo, acompanhado de boas gargalhadas. “Aqui a regra é a diversão”, brinca a psicóloga. 

O almoço foi preparado pelos próprios pacientes. No cardápio uma deliciosa galinha com polenta. E haja braço, afinal de contas, dona Evacir sabe bem o segredo de uma boa polenta. “O segredo é o braço, não pode parar de mexer”, explica. O banquete foi feito a quatro mãos e o fogão à lenha, apesar do calor, garante um gosto especial. Desde o início de suas atividades, há pouco mais de um ano, o objetivo da Associação sempre foi fazer a diferença na vida das pessoas assistidas pela entidade. “Eu tenho cada vez mais certeza de que o trabalho está valendo a pena. Ver o sorriso no rosto em cada uma dessas pessoas não tem preço. Como é bom saber que um gesto tão pequeno e simples transforma o modo de encarar a doença”, comenta a presidente da Associação Unidos Contra o Câncer, Gisele Pereira.  “Eu estou cumprindo a missão da Associação e mais que isso, a minha missão. Mostrar que é possível vencer a doença”, destaca.

Grupos terapêuticos fazem a diferença nos tratamentos 

Com a consolidação da Associação Unidos Contra o Câncer, 2014 traz novidades. A fim de complementar os tratamentos e auxiliar na recuperação dos pacientes e também de suas famílias, neste ano a Associação passa a trabalhar com Grupos Terapêuticos.

“Ao longo do ano serão desenvolvidas diversas atividades com esses grupos, o objetivo é acolher, intervir e prestar suporte a pessoas com câncer e seus familiares. A doença costuma assustar e, por vezes, desanimar a pessoa doente. O papel dos grupos é mostrar que a doença pode ser superada e que, ao contrário do que muitos pensam, mostrar que o câncer não é uma sentença de morte”, destaca Maria Salete Francisco, psicóloga responsável pelos trabalhos na Associação. 

Os grupos terapêuticos tem o objetivo de aliviar o problema e diminuir a pressão e os efeitos do tratamento, já que normalmente os tratamentos são invasivos e cansativos. Tem o objetivo ainda de proporcionar momento de lazer, relaxamento e descanso aos pacientes. “Esse dia na parte é uma de nossas primeiras ações terapêuticas”, enfatiza Maria Salete. Os grupos são abertos às famílias cadastradas, o cadastro pode ser feito na sede da Associação. A entidade não visa fins lucrativos e sobrevive com a ajuda de doações e voluntários. Os interessados em ajudar podem buscar informações pelote telefone (48) 3437-8149.

Colaboração: Ioton Neto