Educação

Excesso de “modismo” no uso da Língua

Foto: Divulgação/Internet

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Somos conscientes de que o novo mercado de trabalho vem cobrando o domínio de uma segunda, terceira língua. Fala-se demasiadamente no domínio do Inglês e do Espanhol. Ótimo! Até aí nada contra. Quanto mais cultos formos, mais as portas abrir-se-ão a nosso favor. Aprendamos, pois, tantas línguas quantas forem possíveis, mas certifiquemo-nos antes, se temos pleno domínio do idioma mais importante para nós: o PORTUGUÊS.                                                                                                                  

De vez em quando surgem termos e expressões que caem na simpatia e no gosto popular, como sendo superiores, melhores. São modismos que invadem os espaços e, por incrível que pareça, nascem entre pessoas intelectualmente cultas.

Além do conhecido e ridículo “a nível de”, que ainda não conseguimos eliminar, existem outros tantos ridículos, que sobrevivem garbosamente. É  comum ouvirmos entre executivos, empresários, consultores e outras categorias profissionais expressões como: “nicho de mercado”, “agregar valor”, “alavancar negócios”, “problemas pontuais” e muitas outras que não daria aqui para enumerar.Nada contra o uso, mas  o que ridiculariza é a repetição, é o uso excessivo. E quem repete demais denota pobreza de estilo, carência vocabular, falta de leitura.

Convém lembrar que certas palavras têm significados diferentes para cada língua. Se observarmos a palavra “pontual” em inglês significa “específico, restrito”; em português, é “quem chega na hora marcada, quem cumpre o horário estabelecido”. Assim, a mania de dizer “problemas pontuais” pode causar confusão. É modismo e não condiz com a norma culta da língua.

Outra situação semelhante é o verbo “sinalizar” que invadiu a linguagem dos jornalistas em manchetes como “A decisão do governo sinaliza alta nos impostos”. Por que não usar outro verbo, como “indicar” ou “apontar”? Diversificar é muito bom, em especial no uso da língua, pois quanto mais variamos nosso vocabulário, mais interessantes nos tornamos.

Outra grande bobagem que se diz muito por aí é: “com certeza”. Não podemos esquecer que com certeza e o advérbio certamente existem e podem ser usados, desde que haja uma ideia afirmativa: “O professor comparecerá à reunião “com certeza” e “eu certamente estarei lá também”. Assim, quando alguém diz: “Se Deus me ajudar, com certeza chegarei lá”;  não chegará porque o sujeito também tem dúvidas. E assim, muitas expressões  viram moda e as pessoas saem usando por aí mesmo quando não têm certeza.