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Fada do Bico: projeto ajuda crianças da Afasc a largarem os bicos e mamadeiras

Trocar a chupeta e a mamadeira por uma estrela não foi uma decisão fácil para a pequena Maria Luiza, de 3 anos, do Centro de Educação Infantil (CEI) Afasc Irmã Emília. “Eu entreguei o bico e a mamadeira. Não preciso mais usar. Hoje à noite vou olhar as minhas estrelinhas no céu”, falou a menina, mesmo aparentando que os pertences irão fazer falta. Para que esse momento não seja traumático a Fada do Bico iniciou as visitas nos 30 CEIs da Associação Feminina de Assistência Social (Afasc) nessa quinta-feira (4). O intuito do projeto é fazer com que os pequenos entreguem os bicos de forma espontânea e divertida.

O trabalho de conscientização é realizado desde 2011, sempre no segundo semestre do ano pelas professoras, dentistas e grupo Cirandela. Em setembro a Fada do Bico chega recolhendo as chupetas que virarão estrelas. O projeto piloto da Fada do Bico foi lançado no dia 1º de abril de 2011, no CEI Afasc Espaço da Criança, na Próspera, a partir da ideia de uma professora da instituição. Isso porque havia uma grande dificuldade em fazer com que os pequenos compreendessem que era hora de largar a chupeta. Passado por análise dos dentistas da Afasc, Alexander Müller e Alexandre Colombo Neto, foi colocado em prática o projeto, já que a partir de certa idade usando a chupeta, as crianças acabam tendo a mordida aberta e problemas de respiração. A coordenadora do Departamento de Educação Infantil, Elen Marcelino Jaques, afirma que os professores tem a consciência de que o bico deve ser usado só para dormir, mas, às vezes, os pais para suprir algumas ausências dão o bico e depois tem dificuldades para retirar.

Uso prolongado da chupeta pode causar problemas

O dentista Alexandre Colombo Neto reforça que até os cinco anos a criança possui os dentes de leite, os quais são menores e em menor quantidade que os permanentes. “Nessa fase a boca da criança está se estruturando para receber os dentes permanentes, mas com o uso do bico a arcada fica diminuída e com pouco espaço para os novos dentes. Além disso, em alguns casos interferindo, inclusive, na fala”, ressaltou. Ele afirma que o ideal é que, caso os pais deem a chupeta para o bebê, é que seja retirada até dois anos e meio. “Depois deste tempo, ao invés de acalentar a criança, a chupeta pode causar problemas de saúde”, salientou. A coordenadora informou que esse já é o quarto ano do projeto e tem dado certo. “Com o trabalho preventivo que é realizado as crianças entregam seus pertences com muita naturalidade e alegria. Diferente do que seria caso os bicos fossem retirados a força”, analisou.

Colaboração: Jussi Moraes/Comunicação Afasc

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