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Falta investimento em tecnologia no setor metal mecânico na região aponta pesquisa

A pesquisa foi realizada com 1.147 trabalhadores do setor

Pesquisa aponta que para 82% dos metalúrgicos do sul do estado existe a necessidade de investimento em tecnologia no setor na Região. Conforme eles, as empresas precisam ampliar os investimentos tecnológicos. Numa outra questão referente à percepção de tecnologia dos metalúrgicos quase 70% dos metalúrgicos afirmam existir alto grau de tecnologia nas empresas.

Os dados são o resultado de uma pesquisa de mercado com o perfil e formação profissional dos funcionários da indústria metal mecânica de Criciúma e região elaborada pelo Instituto de Pesquisas Socioeconômicas (Ipese), da Unesc, nos meses de setembro e outubro de 2013 a pedido do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Criciúma e região (Sinmetal).

O objetivo, segundo o presidente do Sindicato, Francisco Pedro dos Santos, foi verificar a necessidade de capacitação e a relação da formação profissional e ocupação e, a percepção dos funcionários em relação ao nível de tecnologia da indústria local.  No total, foi efetuada uma mostra com 1.147 trabalhadores do total de 4,8 mil trabalhadores, distribuídas em 17 metalúrgicas dentro de um universo de 10 mil trabalhadores em 30 municípios de base da entidade.

O questionário foi aplicado nas empresas das seguintes cidades: Criciúma, Araranguá, Nova Veneza, Içara Urussanga, Orleans, Siderópolis e Morro da Fumaça. Na análise do economista e supervisor técnico doDepartamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, (Dieese), em Santa Catarina, José Álvaro Cardoso, em termos de nível de concordância geral, esse resultado não significa que existe elevado investimento em tecnologia, “é apenas a percepção dos entrevistados”, porém em termos de nível de concordância geral o item com maior grau de concordância é que existe a necessidade de investimento em tecnologia”, avalia. 

Para o diretor do Sindicato e coordenador da pesquisa, Oderi Gomes, esses números somente confirmam a constatação previamente feita pelo sindicato em relação à carência de investimentos tecnológicos no setor metal mecânico.” Penso ser necessário criar um centro de tecnologia de referência na região utilizando as escolas de formação técnica como a Satc, Unesc, IFSC, SENAI e Bairro da Juventude. E, em sua opinião, uma forma para a expansão e desenvolvimento desse centro seria a criação uma incubadora e um condomínio: Na incubadora as escolas se uniriam para desenvolver novas tecnologias e, nos condomínios os jovens que ser formam teriam espaço para criar, inovar, despertarem o seu lado “Professor Pardal”, de cientistas sem precisar se deslocar para outras regiões”, explica Oderi. Para o sindicalista essa duas ferramentas poderão favorecer os demais setores econômicos da região e seus trabalhadores. “Por exemplo, com uma tecnologia moderna seria possível evitar doenças no setor da alimentação, nos frigoríficos, a qual retém um dos maiores índices de doenças osteomusculares no país”, fala. Com investimento em tecnologia mais avançada ganha toda a região. “O trabalhador por agregar mais valor a sua formação e qualificação e, por consequência remuneração melhor; o empresário por poder competir no mercado mundial,” conclui.

Outros números da pesquisa

Nas demais questões abordadas na coleta de dados destaque para onível de formação dos entrevistados. Na média total dos municípios pesquisados, a maioria dos trabalhadores 61,46% tem até o ensino médio completo; 37,58% possuem até o ensino médio incompleto e 0,96% não responderam. Para o economista a pesquisa representa apenas uma "fotografia" de determinado momento, “porém, certamente o nível de formação profissional destes trabalhadores evoluiu nos últimos anos, em função de uma série de fenômenos que se desenvolveram em Santa Catarina e no Brasil, dentre os quais, o apelo pela formação profissional e maiores oportunidades de formação gratuita”, observa.

Os cursos mais realizados (Soldagem e Mecânica), que representam mais de 10% do universo de cursos existentes, estão correlacionados com a própria vocação dos municípios e da Região. É Importante lembrar que 53% atuam na área de formação, ou seja, está aproveitando os investimentos financeiros e pessoais feitos no curso. Ainda dentro desse tema em diferentes itens, um total de 62,51% respondeu ter perspectivas de crescimento profissional; 79,86% têm pretensões de continuar estudando e 54,49% sentem a necessidade de capacitação para exercer as suas atividades, os demais não sabem ou não responderam.

Para José Álvaro, os investimentos em formação técnica tendem a melhorar a capacidade do trabalhador de se manter e melhorar de emprego, além de possibilitar o acesso a um salário um pouco melhor. O presidente do Sindicato, Francisco Pedro dos Santos, avalia que a pesquisa revelou indicadores importantes porque a direção das entidades sindicais, assim como empresas e governo, não pode desenvolver as suas políticas sem estar baseado em fatos e dados. “É fundamental produzir diagnósticos cada vez mais precisos e próximos da realidade”, disse.

Colaboração:Maristela Benedet