Segurança

Familiares e moradores de Criciúma protestam após morte de médica

Foto: Denise de Medeiros/RBS TV/G1 SC

Foto: Denise de Medeiros/RBS TV/G1 SC

Familiares e amigos da médica Mirella Maccarini Peruchi, de 35 anos, morta na última segunda (27), fizeram uma manifestação nas ruas de Criciúma, na manhã deste sábado (2). Cerca de 400 pessoas participaram do ato.

A médica foi morta em uma tentativa de assalto quando voltava para casa. Armados, dois jovens mandaram ela parar a Pajero que dirigia. Ela não obedeceu e os criminosos dispararam três vezes. Um dos tiros acertou a cabeça da vítima.

Jaime Lin, marido de Mirella, enfatiza que não houve nenhum tipo de reação por parte do casal. Ele estava com ela na hora do crime, no banco do passageiro. Após a médica ser baleada, o carro bateu contra uma árvore. Ela foi encaminhada ao Hospital São José, passou por cirurgia, mas morreu por volta das 23h30.

O protesto iniciou por volta das 10h deste sábado na Praça Nereu Ramos, no Centro da cidade. Familiares e amigos da vítima levaram cartazes e caminharam pelas ruas do município. As camisetas estampavam a frase "Somos todos Mirella".

"Nós moramos seis anos em São Paulo. Mudamos para cá com o intuito de morar em uma cidade que nos trouxesse mais segurança, que nos trouxesse uma qualidade de vida melhor", diz Jaime.

Um grupo de estudantes de Tubarão foi até a cidade vizinha com um abaixo assinado. No fim do ano passado o colega deles Eric Severo, de 21 anos, foi morto durante um assalto no Mato Grosso. A ideia é pegar as assinaturas para tentar o aumento da pena para latrocínio.

Solidariedade

Após o crime que chocou a região, o médico conta que recebeu muitas mensagens de apoio. "A gente queria agradecer. É incrível a solidariedade que eu tenho recebido, não só por parte da família, que agora eu descobri que tenho uma família imensa aqui na região, aqui em Criciúma. Mas por parte de toda a população. De pessoas que eu não conhecia, de fora".

Palavras de conforto vieram de várias regiões do Brasil e mundo. "A gente tem recebido mensagens de carinho da comunidade médica de toda a Santa Catarina, do Brasil todo. Recebi mensagens de Manaus, Fortaleza, Natal, da Itália, onde nós estivemos estudando há um tempo atrás, de Portugal também", conta o médico.

Suspeitos

Na mesma noite do homicídio, um adolescente de 17 anos foi apreendido pela polícia e confessou participação no crime. Ele disse que a arma utilizada era do comparsa, de 22 anos. O menor tinha registro de infração antecedente por porte de arma.

O segundo suspeito foi preso na tarde de quinta (30). Segundo a Polícia Civil, o jovem de 22 anos se apresentou na Divisão de Investigação Criminal (DIC) da cidade.

Segundo o delegado, responsável pelo caso, Ulisses Gabriel, o rapaz tem passagens por tráfico e ameaças. Ele foi conduzido ao Presídio Regional de Criciúma na tarde de quinta. O adolescente está no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Tubarão, também no Sul.

Mais segurança

Na terça-feira (28), após a morte de Mirella, o secretário de Estado de Segurança Pública, César Grubba, determinou que as polícias Militar e Civil realizem mais operações de combate à criminalidade na cidade e região.

No mesmo período, houve uma reunião na Prefeitura de Criciúma, para discutir a situação da segurança no município. Entidades da sociedade civil e autoridades estiveram no encontro.

Com informações do site G1 SC