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Guarda-vidas fizeram quase um milhão de abordagens a banhistas nas praias catarinenses

Foto: Divulgação

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O barulho estridente do apito, o braço agitado do guarda-vidas com o pé de pato mandando a pessoa que está no mar sair dali. Uma cena que se repetiu em Santa Catarina 993.122 vezes entre outubro de 2013 e janeiro deste ano. É como se a cada minuto fossem soados 7,6 alertas nas 153 praias onde os bombeiros estão.

Os números são do Corpo de Bombeiros do Estado. O comandante da Operação Veraneio 2013/2014 em SC, o coronel Gladimir Murer, diz que apesar de alto o número não surpreende e tem se repetido a cada temporada. Por dia, são 1,2 mil guarda-vidas em serviço. Pela média, seria como se cada um fizesse cerca de 10 abordagens de banhistas que estavam em área de risco.

Os números são registrados todos os dias em um relatório preenchido pelo profissional com todas as intervenções e ocorrências feitas no turno.

A falta de atenção e a imprudência são os principais motivos que levam as pessoas a se arriscarem no mar, ainda que haja a bandeira vermelha para alertar de que ali é perigoso, principalmente por causa da corrente forte.

"Sempre há o descuido ou o pensamento de que comigo não vai acontecer e de que o acidente só acontece com os outros", ressalta Murer.

Ignorar a bandeira vermelha leva ainda a outro problema. O número alto de pessoas que foram levadas pela correnteza do mar. Desde outubro, foram 1,9 mil resgastes de vítimas de arrastamento.

"É um número significativo, mas que também vem se repetindo. Se não houvesse a recuperação pelos salva-vidas poderiam ser óbitos", observa.

Confome o Diário Catarinense, ainda sim, até a primeira semana de janeiro 90 pessoas acabaram afogadas e precisaram ser retiradas do mar. Outras oito pessoas morreram por afogamento — número quase igual ao de toda a operação do ano passado, quando foram registrados 10 mortes nas águas.

A quantidade de pessoas mortas em áreas sem guarda-vidas entre outubro de 2013 e 5 de janeiro de 2014 chega a 43 — sendo 33 delas em água doce. Ocorrem geralmente em lagos, açudes e represas de áreas particulares. Em toda a temporada passada, 57 pessoas morreram vítimas de afogamentos em locais não monitorados.

Atente para as bandeiras:

– Vermelha: risco elevado de afogamentos

– Amarela: risco médio de afogamentos

– Verde: risco baixo de afogamentos

Operação Veraneio 2013/2014

– 33 Municípios
– 153 Praias e Balneários
– 312 Postos de Guarda-Vidas (fixos e atrelados)
– 2,1 mil guarda-vidas
– 42 Viaturas
– 52 Embarcações

Atendimento

5/10/2013 a 5/1/2014

Arrastamentos: 1.916
Abordagens a banhistas: 993.122
Afogamentos com recuperação: 99 casos (90 em água salgada e 9 em água doce)
Afogamentos seguidos de morte: 49
Em área monitorada: 8 (todos em água salgada)
Em área não monitorada: 43 (33 em água doce e 10 em salgada)

Mortes por afogamento*:

2010/2011: 17
2011/2012: 12
2012/2013: 10
2013/2014: 8

*em áreas monitoradas