Hospital Nossa Senhora da Conceição (Foto: Divulgação)
Os hospitais filantrópicos de Santa Catarina, responsáveis por 81% dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), paralisam os serviços hoje. A ‘Paralisação Nacional em Defesa da Saúde Financeira dos Hospitais de Santa Catarina e do Brasil’ representa um protesto de alerta aos gestores, relacionado ao subfinanciamento do setor e o crescente endividamento das instituições.
Conforme reportagem do jornal Notisul, em Tubarão, no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), os serviços serão normais. Porém, alguns colaboradores, em forma de luto, vestirão preto e, em respeito aos pacientes, a agenda de consultas e cirurgias de alta complexidade não será bloqueada.
Já em Orleans, na Fundação Hospitalar Santa Otília, somente atendimentos de urgência e emergência serão realizados. “Casos de urgência são dores agudas que precisam de assistência médica o quanto antes. E os de emergência são aqueles em que a pessoa corre risco de morrer. Fora isso, nada mais será realizado pelo hospital e gostaria que a população apoiasse essa nossa mobilização”, destaca a diretora da fundação, Claudia Escaravaco Zomer.
Atendimentos eletivos pelo SUS não serão realizados. “Diariamente, o hospital aumenta suas dívidas devido à defasagem na tabela do SUS,” acrescenta Claudia.
De acordo com informações da Associação de Hospitais do Estado de Santa Catarina e Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina (Ahesc/Fehoesc), no Brasil, pelo menos 83% dos hospitais filantrópicos operam no vermelho, com dívida estimada em R$ 17 bilhões. Em levantamentos feitos pelo órgão, para cada R$ 100,00 utilizados em atendimentos pelo SUS, R$ 65 são repassados pelo sistema, o que provoca um déficit orçamentário nas instituições.
Entre as reivindicações, estão o reajuste de 100% na tabela do SUS, isenção em contas de energia elétrica e anistia das dívidas relacionadas a impostos.