Saúde

Hospital de Sombrio tem R$ 1,5 mi em dívidas e pode ser leiloado

Instituição tem dificuldades financeiras desde 2004 e está sem diretoria

Foto: Marco Antonio Mendes/RBS TV/G1 SC

Foto: Marco Antonio Mendes/RBS TV/G1 SC

Por dificuldades financeiras, o Hospital Dom Joaquim, em Sombrio, pode ir a leilão, caso não haja um investidor que pague antigas dívidas trabalhistas da instituição. O terreno e a estrutura são avaliados em R$ 2 milhões. Ainda não há previsão de quando a venda será realizada. Conforme reportagem do site G1 Santa Catarina, a informação foi confirmada pelo juiz da comarca, Fernando Cordioli, nesta quarta-feira (3). A unidade opera há duas semanas sem diretoria responsável pela gestão.

O leilão pode Ocorrer para quitar encargos trabalhistas deixados pelas administrações anteriores equivalente a R$ 1,5 milhão. Contudo, a saúde do Hospital Dom Joaquim está frágil há anos. Uma sucessão de problemas de gestão tem feito com que as finanças não consigam ficar equilibradas desde 2004, quando eram administradas pelas Irmãs Beneditinas.

Uma empresa de Porto Alegre (RS) chegou a comprar a estrutura, mas pagou apenas uma parcela do imóvel e abandonou a negociação. A Justiça, então, determinou que uma associação de voluntários dirigisse o hospital, mas há algumas semanas, eles também deixaram os cargos. “Ficou uma situação insustentável para nós. Havíamos firmado convênio com as prefeituras de Sombrio, Balneário Gaivota e Santa Rosa do Sul para que nos repassem recursos, mas de uns meses para cá, não recebemos nenhum depósito”, conta o ex-presidente Luciano Costa Silva.

Pagamentos atrasados

Sem direção, os salários dos médicos e as contas dos fornecedores não estão sendo pagos. Estima-se que esta dívida seja de R$ 600 mil reais. Apenas três médicos se revezam no atendimento de casos de urgência e emergência, o que tem feito com que o setor não funcione em vários turnos. “Ninguém mais quer trabalhar aqui. Seja pela falta de pagamento ou pela falta de estrutura. Não temos laboratório, nem operador de radiografia. Falta até telefone e internet”, reclama o clínico-geral Marco Aurélio Caffarena.

Os cerca de 50 funcionários entre enfermeiros, técnicos e administrativos acreditam que as atividades do hospital devem encerrar ainda nesta semana, caso o salário do mês anterior não seja pago. O sindicato dos trabalhadores da saúde pretende entrar com uma ação no Ministério Público pedindo garantias de que, se a estrutura for leiloada, os atuais colaboradores recebam os direitos trabalhistas.

Segundo o secretário municipal de finanças José Sidnei Januário, as prefeituras de Sombrio e Balneário Gaivota concordaram em aumentar o convênio para o Hospital Dom Joaquim a partir deste mês. “Não é do nosso interesse que o hospital feche. Ele atende toda a região do extremo-sul do estado e hoje serve como referência aqui. Estamos aumentando o recurso de R$ 49 mil para R$ 80 mil, mas só vamos fazer isso quando tiver uma diretoria que responda pelas contas”, salientou. Está prevista para ainda esta semana uma assembleia para compor uma nova diretoria para administrar o hospital.