Geral

HSJosé contrata pintor Haitiano

Foto: Katia Farias/Assessora de Comunicação

Foto: Katia Farias/Assessora de Comunicação

Ainda tímido sem dominar muito a língua portuguesa, Olivier Dely de 32 anos busca uma oportunidade que possa ajudá-lo a crescer e se tornar um profissional ainda mais qualificado.

Foram quilômetros e quilômetros de viagem para chegar ao destino que poderia lhe garantir uma vida melhor. Foi este o pensamento que Dely teve quando decidiu deixar sua família, e a vida que levava na cidade de San Marco, no Haiti para seguir rumo ao Brasil, seu novo desafio.

Dely chegou ao Brasil com intenção de ficar, trabalhar e construir uma família aqui. Tanto que trouxe junto sua namorada, ela também veio tentar a sorte em um lugar melhor. Os dois acreditavam que poderiam conseguir empregos melhores e ter uma melhor condição de vida.

O pintor chegou em solo brasileiro há cinco meses. Tentou trabalhar em outra empresa, mas as atribuições dadas a ele, não tinham nenhuma relação com a sua área de atuação; mas o que Dely realmente queria era trabalhar. O desafio não foi tão fácil, sem conseguir se adaptar ao novo emprego, Dely não desistiu e foi em busca de algo que tivesse relação com sua profissão, a de pintor. Foi quando soube que no HSJosé havia uma vaga para o setor de pintura. Por meio de amigos, conseguiu chegar a Instituição, fazer seu cadastro e passar para fase de entrevistas.

“Quando conversei com Olivier, percebi que ele estava realmente disposto a se comprometer com o hospital. Isso já faz muita diferença, a força de vontade. Observamos que ele estava legalizado no Brasil e continuamos o processo seletivo. Com um bom perfil, apesar da dificuldade do idioma; suas habilidades ultrapassaram este pequeno obstáculo, e a experiência com a profissão contou muito para que ele fosse contratado. Já está conosco há pouco mais de três semanas e tem demonstrado um bom desempenho”, relata Josiane Javorski, uma das psicólogas da Instituição que fez o processo seletivo de Olivier.

Junto aos colegas do setor de pintura do HSJosé, Olivier já ganhou espaço e aos poucos vai se sentindo mais a vontade. Já conhece todas as dependências do Hospital e ao que parece, sente-se bem no novo ambiente de trabalho. “Na cidade, ainda estou me acostumando com algumas situações e hábitos, mas aqui no trabalho, todos me receberam muito bem e fico feliz por isso”, conta timidamente o haitiano.

Com esperança de crescer como profissional e adquirir mais experiência, Olivier quer aprender outras funções. Descobriu que em Criciúma cursos de soldador e torneiro são oferecidos gratuitamente, e não quer perder tempo. Vai se inscrever e iniciar um dos cursos, assim que tiver um tempinho, pois agora divide-se no trabalho e no auxílio com a namorada que está grávida e precisou ficar internada para um tratamento.

Desde o terremoto em 2010, mais de 30 mil haitianos já chegaram ao Brasil em busca de novas oportunidades. A catástrofe matou mais de 300 mil pessoas, e pelo menos 2 milhões de pessoas ficaram desabrigadas.

O país ainda esta em processo de reconstrução, mas o trabalho segue a passos lentos, pela dificuldade financeira. Todos os haitianos que chegam ao Brasil tem objetivos em comum, ter uma melhor oportunidade de trabalho para sustentar os familiares que ficaram por lá.

Colaboração: Katia Farias/Assessora de Comunicação