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Infraestrutura deficiente e quase 2 milhões de automóveis prejudicam mobilidade em SC

Foto: Divulgação

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Santa Catarina registra, atualmente, uma média de 30,6 automóveis para cada 100 habitantes, ou seja, há 1.906 milhão de automóveis para 6.234 milhões de pessoas. Este dado faz parte da Pesquisa Mobilidade Urbana em Santa Catarina, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina.

Ao analisar o tema, em conjunto com dados dos últimos censos do IBGE, a Fecomércio SC concluiu que o cenário de aumento de renda e de queda na inflação e no desemprego, experimentado na última década, foi determinante para a elevação do consumo de bens duráveis, como os automóveis. Porém, o novo padrão dos catarinenses não foi acompanhado de melhorias de infraestrutura urbana, causando gargalos nos trajetos municipal e intermunicipal, este agravado pelo alto índice de trabalhadores de cidades satélites que trabalham nos centros urbanos. Para se ter uma ideia, 47,70% dos moradores de Camboriú trabalham nos municípios vizinhos, sendo Balneário Camboriú o principal destino.

Por outro lado, nem sempre o problema de mobilidade urbana está relacionado à concentração e ao crescimento urbano. As cidades pouco urbanizadas também sentem as dificuldades, comprovando a necessidade de investimentos em infraestrutura. O município de Irati é um exemplo. Localizado na microrregião Oeste do Estado, 44,03% dos seus moradores levam entre meia hora e uma hora para chegar ao trabalho, dentro do próprio município. Neste item, a Capital alcança 24,76%.

Carros x habitantes

As cidades de Florianópolis e Blumenau lideram o ranking de automóvel por habitante no Estado. Na Capital, são 41,8 automóveis para cada 100 habitantes. Em Blumenau, 41,3 automóveis, sendo que a média estadual é de 30,6. No ranking das 16 cidades também estão Pomerode (40,8%), Brusque (39,85), Rio do Sul (37,4%), Timbó (37,3%), Joaçaba (36,9%), Jaraguá do Sul (36%), Rio Fortuna (35,2%), Botuverá (34,9%), Criciúma (34,9%), São Miguel do Oeste (34,7%), Indaial (34,6%), Tubarão (34,5%), Cocal do Sul (34,2%) e Joinville (34%).

Trabalho em cidades vizinhas

Com o crescimento populacional e a dinâmica do preço do aluguel imobiliário, as cidades satélites dos grandes polos cresceram, criando um fluxo de trabalhadores rumo às cidades polos. Além do exemplo de Camboriú, a Grande Florianópolis também registra um dos maiores percentuais de moradores que trabalham fora de suas cidades. Dentre os 15 municípios que são destaque neste item, seis são da região metropolitana da Capital: Governador Celso Ramos (40,57%), Biguaçu (39,72%), Palhoça (38,34%), São José (35,35%), Santo Amaro da Imperatriz (32,18%) e São Pedro de Alcântara (30,92%). Assim, a região da Grande Florianópolis é o principal gargalo de mobilidade urbana do Estado.

Melhor mobilidade

A média estadual de trabalhadores que levam menos de meia hora para chegar ao trabalho é de 87,63%. Nesta lista, estão a própria Capital do Estado e os municípios próximos a Joinville, como Araquari. No ranking de mobilidade urbana das maiores cidades catarinenses, Itajaí apresenta a melhor taxa – 88,38% – e Palhoça a pior, com 60,41%.

Na comparação com outras regiões metropolitanas brasileiras, Florianópolis tem os menores percentuais de trabalhadores que levam entre meia hora e uma hora e mais de uma hora para chegar ao trabalho. Uma explicação para este dado é que, apesar do grande crescimento verificado nos últimos anos, a Capital tem um porte menor do que as demais regiões metropolitanas do país e, devido às suas condições geográficas, não abriga um grande centro industrial.

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