Até esta quinta-feira, o Ministério Público já tinha colhido o depoimento de 83 pessoas, e ainda há mais para serem ouvidas
Foto: Ariel Rodrigues/Arquivo Sul in foco
A Prefeitura de Orleans espera ter acesso a, pelo menos, parte do conteúdo da investigação promovida pelo Ministério Público, com apoio do Gaeco, a respeito de supostas fraudes envolvendo a Administração Municipal, para instaurar procedimento administrativo disciplinar contra os acusados. Do contrário, será aberta uma sindicância para apurar as responsabilidades.
“Nem o prefeito, nem a Prefeitura são partes no inquérito. A investigação é contra as pessoas físicas dos servidores. Por isso não conseguimos ter acesso”, explica o procurador jurídico interino, Ramirez Zomer, em entrevista para o site Clicatribuna. Segundo ele, a Administração Municipal e o prefeito, Marco Antônio Bertoncini Cascaes (PSD), apoiam e colaboram com as investigações.
Além das possíveis fraudes em licitações, a operação “Colina Limpa” apura indícios de desvio de verbas públicas — inclusive para realização de festas particulares —, pagamentos de notas sem entregas de materiais e formação de quadrilha, envolvendo secretários municipais, funcionários públicos, empresários e prestadores de serviço da região.
Concurso público já tem data marcada
A prova do concurso público para contratação de médicos, que foi suspensa em atendimento a uma recomendação do Ministério Público, foi remarcada para o dia 3 de maio, e as inscrições vão até o dia 23 de abril. Seis licitações que estavam em andamento na Secretaria de Saúde foram revogadas. O coordenador de Governo, Valmir Felisbino, foi nomeado para responder interinamente pela Secretaria de Administração, cujo titular foi afastado pela Justiça. O cargo de secretário de saúde, também terá um ocupante interino, mas, conforme Zomer, não há ainda a definição do nome. A secretária foi presa temporariamente durante as investigações, e solta na última sexta-feira.
Mais de 80 pessoas ouvidas
Até esta quinta-feira, o Ministério Público já tinha colhido o depoimento de 83 pessoas, e ainda há mais para serem ouvidas. Depois que os três presos da Secretaria da Saúde foram liberados, o MP pediu e a Justiça deferiu o afastamento deles por 90 dias, sem poderem entrar na estrutura física da Prefeitura de Orleans. Conforme a Promotoria de Orleans, não há previsão para que sejam oferecidas as denúncias, devido ao grande volume de depoimentos e documentos que estão em análise.