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Justiça afasta 11 diretores de sindicato por desvio de R$ 849 mil

Eles são suspeitos de desviar dinheiro dos trabalhadores e impedir chapas

Foto: Fernando José da Silva/RBS TV

Foto: Fernando José da Silva/RBS TV

A Justiça de Criciúma, afastou via liminar 11 diretores do Sindicato dos Condutores de Veículos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, de Cargas e Passageiros de Criciúma (Sintracril) na manhã desta quinta-feira (28). Conforme o site G1 Santa Catarina, de acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), eles são suspeitos de desviar quase R$ 849 mil de contribuição sindical entre 2010 e 2011. A assessoria jurídica da entidade afirmou que vai recorrer da decisão.

Segundo o procurador do Trabalho do MPT, Luciano Lima Leivas, a investigação no sindicato começou em 2009, quando trabalhadores denunciaram que, por fazer parte da oposição, não tiveram a filiação aceita na entidade. "Esses mesmos diretores estão desde 2002 no comando. Todas as eleições o sindicato ocorriam de forma que oposição não pudesse se inscrever, pessoas que iam votar ou se candidatar da oposição não eram aceitas no sindicato", afirma Leiva.

O MPT investigou o sindicato e reuniu provas de atos de improbidade. Ao todo, em 2010, o desvio foi de R$ 355.029,20  e em 2011 o desvio teria sido de R$ 493.924. Esse valor era acumulado via contribuição sindical, do dinheiro descontado da folha de pagamento dos trabalhadores. Além do afastamento, os 11 diretores tiveram os bens bloqueados, bem como as contas do sindicato.

O intuito do procurador é encaminhar o inquérito, que já está concluído, para o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Os denunciados devem ser responsabilizados criminalmente pelo desvio. "Assim é possível julgá-los pelo crime de peculato", explica o procurador.

A ação também demanda novas eleições para a diretoria do sindicato. Um administrador judicial assume provisoriamente o sindicato por 120 dias. Segundo o assessor jurídico do sindicato Edulberto Bergemann, para a diretoria retornar a posse será solicitado um mandado de segurança. "Vamos recorrer. Queremos anular os efeitos da decisão", reforçou o assessor.