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Meios de combate ao suicídio foram debatidos em reunião realizada pelo Nuprevips

Com 19 casos de suicídio somente este ano, Criciúma ultrapassa números de 2013 e é responsável por 50% das ocorrências na região

Ainda visto como tabu, o suicídio é um assunto alarmante que necessita cada vez mais de esclarecimentos frente à população. Causado pelo desequilíbrio mental, que pode ser desencadeado por diversos fatores sociais, os números de fatalidades continuam crescente no município. Com o objetivo de debater meios de combate ao suicídio, o Núcleo de Prevenção a Violência e Promoção da Saúde (Nuprevips) realizou na manhã desta terça-feira (6) uma reunião no salão Ouro Negro, na Prefeitura Municipal.

Promovido através de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde, o Nuprevips, o Instituto Médico Legal (IML), a Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental (Ceres), o Centro de Valorização a Vida (CVV) e a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), o encontro reuniu representantes de entidades, órgãos e veículos de comunicação para abordar e divulgar o tema.

Dados e informações sobre o suicídio foram apresentados em reunião, onde o foco foi reforçar a importância da prevenção e da assistência a pessoas que se encontram em conflitos. As estatísticas levantadas apontam que homens entre 20 e 40 anos é o público que mais comete suicídio e que o enforcamento é o meio mais utilizado para provocar a morte. Somente este ano 19 casos de suicídio foram registrados, o que ultrapassa o número de 14 registros do ano anterior.

Mas, o mais alarmante é a quantidade de tentativas suicidas no município. Em 2013, aproximadamente 250 casos foram contabilizados. A prefeita interina, Tathiane Teixeira, ressaltou no encontro o trabalho da prevenção. “São essas tentativas de suicídio que precisam ser discutidas para que a prevenção seja trabalhada. Eu quero parabenizar a ação de cada entidade aqui presente e espero que este encontro sirva para unificá-las. Quando as pessoas se unem em um mesmo objetivo, elas colhem os frutos”, pontua.

Para o coordenador do Centro de Valorização a Vida (CVV), Almir Fernandes, desmistificar mitos envolvendo o suicídio e informar familiares é parte fundamental para o combate das fatalidades. “Isso tornou-se uma questão de saúde pública e o que não se pode permitir é que venhamos a ouvir de famílias muitas coisas erradas em relação a questão preventiva. Falta conhecimento por parte das pessoas”, afirma.

O secretário de saúde, Paulo Conti, pontuou o continuo crescimento de casos de suicídios. “Quero agradecer a todos pelo entendimento da importância de combater o suicídio na região. É possível que façamos um trabalho juntos e de maneira forte para que haja esta prevenção. Aqui em Criciúma, 192 casos foram totalizados entre 2000 e 2014. Isso é praticamente 50% das ocorrências de suicídio da região toda, o que preocupa porque esses índices continuam a crescer”, pontua Conti.

A secretária de educação, Rose Reynald também esteve presente e se dispôs a colaborar propondo debates e palestra sobre o assunto entre diretores, professores e alunos da rede escolar municipal. “Não falo somente como secretária de educação, mas como alguém que teve um irmão morto por enforcamento. Precisamos ouvir mais as pessoas. O problema não é do suicida, o problema é da família que tem que se reestruturar. Deixo claro que estou a disposição para contribuir, através da educação, realizando palestras com diretores e professores”, afirma.

Colaboração: Denise Possebon

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