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Menina de quatro anos recebe alta após 72 dias de internação na UTI

Foto: Katia Farias

Foto: Katia Farias

A páscoa vai ter um sabor muito mais doce para família Fernandes este ano. Depois de um susto que começou em janeiro de 2014, após descobrir que a falante e sorridente Ana Clarissa de apenas quatro anos estava com um tumor no tórax, a rotina de Rafael e Ketlin, mudou completamente.

Sem “acreditar” na história que viveriam a partir daquele momento os pais nunca perderam as esperanças e acreditavam sempre que Ana superaria a doença. “Foram dias muito difíceis, mas a Ana é uma guerreira, ela nos dava forças, sabíamos que mesmo com toda dificuldade ela iria vencer”, esclarece Rafael Rodrigo Fernandes, pai da menina.

A história de Ana começou após os pais observarem um pequeno nódulo debaixo do braço da filha. No mesmo dia, levaram a menina para o pediatra, que atentamente fez todo processo de encaminhamento para um especialista oncológico. Após a biópsia, o laudo constatou que Ana Clarissa estava com o um tumor no tórax e que precisaria passar por uma cirurgia para retirada do nódulo. Assim foi feito. Em um mês de muitas idas e vindas ao Hospital, Ana apresentou uma piora por neutropenia; isso acontece quando o organismo baixa a defesa existente. Desde então, seu tratamento começou a ficar mais intenso e preocupante, pois algumas intercorrências apareceram durante o processo de tratamento da doença.

A falante e determinada menina foi internada pela primeira vez no setor de oncopediatria do HSJosé no dia 18 de janeiro; no dia 20 após sérias complicações decorrentes da doença, ela precisou ser internada na UTI do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, e foi neste momento que as esperanças que restavam no coração dos pais começou a diminuir.

“Foram dias tensos, íamos diariamente no Hospital acompanhar a evolução da Ana. Tenho certeza que a dedicação e carinho da equipe de profissionais da UTI além da vontade de viver da Ana, contribuíram significativamente para que ela estivesse hoje aqui; feliz, alegre e bem. Um resultado deste, esta melhora, para nós que estamos todos os dias com estes pacientes é muito gratificante, é algo motivador. Agradeço à todos, mas em especial a equipe de profissionais da UTI do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, que não mediram esforços para ver a Ana recuperada”, declara Dra. Adalise Reinke (CRM 13102), médica cancerologista pediátrica, que acompanha o caso de Ana.

Depois de muito cuidado e um longo tratamento na UTI, Ana Clarissa começou a apresentar um boa evolução no quadro e pode ser removida para o setor de tratamento da Oncopediatria do HSJosé, onde há uma estrutura preparada para estes pacientes.

Ao todo foram 94 dias de internação, destes 72 na UTI, 14 deles, Ana precisou ficar em coma induzido para que o tratamento respondesse com mais eficácia. Todo processo que era acompanhado pelas médicas responsáveis pela Oncopediatria do HSJosé deu resultado. Há duas semanas a serelepe Ana surpreendeu os médicos e recebeu alta da UTI. Começava ai um novo processo; era necessário mantê-la estável e todos os profissionais envolvidos lutaram juntos com Ana que respondia perfeitamente aos estímulos e ao tratamento. Dra Adalisa percebeu que o quadro estava evoluindo e que a menina se recuperava muito bem. Há três meses sem deixar o oxigênio, Ana já queria falar com as médicas, enfermeiras e colegas sem a máscara que dava suporte a sua respiração. Após novos exames e a avaliação médica, Dra. Adalisa constata que Ana já estava muito bem e que poderia receber alta. Foram então, mais cinco dias de observação, e hoje, após um longo tratamento e inúmeras intercorrências Ana recebeu alta do Hospital e vai poder saborear seus chocolates ao lado da irmãzinha de um ano que também a espera ansiosa.

Muito falante e bagunceira, Ana Clarissa encantou à todos do setor que se despedem dela com sentimento de missão cumprida. Quero chegar na minha casa e brincar muito minha mana. Ganhei muitos presentes e um colchão novo para minha cama. Oque eu quero agora? Quero ficar feliz”, finaliza.

O tratamento de Ana ainda continua, ela precisa voltar ao hospital durante um período de tempo para fazer sua manutenção e terminar o ciclo de quimioterapia. Mas Ana pode se recuperar em casa, e partir de agora pode brincar e se divertir com sua família e amigos que tanto ama.

Colaboração: Katia Farias