Política

Michel Temer apela para os militares e tenta sobreviver

Foto: Divulgação

“Um governo fraco sempre apela para os militares”. A frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) foi uma resposta à intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, mas se encaixa perfeitamente na decisão do presidente Michel Temer com relação à greve dos caminhoneiros.

O presidente amanheceu a sexta-feira (25) em um brete. Nos Estados, os caminhoneiros ignoravam o anúncio de um acordo firmado no quarto andar do Palácio do Planalto, entre supostos representantes da categoria e ministros. O alerta interno é que o movimento estava crescendo, atraindo outras categorias, na mesma proporção no avanço do desabastecimento.

Em resumo: o caos. Impopular, sem credibilidade, politicamente frágil, o que restou a Temer? Tentar mais uma vez colar a sua imagem a uma instituição que ainda aparece nas pesquisas liderando os índices de confiança junto à população: as Forças Armadas. Sem opção, Temer coloca a tropa na rua na tentativa de provar que ainda está vivo. Se conseguir recuperar o ritmo de abastecimento, já será um alívio. Ao mesmo tempo, segue com as ações prometidas para atender à reivindicação da categoria, com subsídio federal ao preço do diesel.

No comando das negociações está o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que já passou por situação semelhante quando estava à frente da pasta dos Transportes, no governo FHC. Nos bastidores, porém, outro nome de confiança de Temer participa das articulações: o ministro do Gabinete Institucional, o general Sérgio Etchegoyen. Na quinta-feira, os caminhoneiros entraram na conversa com sete reivindicações. Em determinado momento, antes da assinatura, já tinham chegado a 14 pontos conquistados e queriam mais. Quem estava na reunião conta que, irritado, Etchegoyen deu um soco na mesa: “O que vocês querem, afinal?”.

O governo está convencido que cedeu ao máximo, partindo para o subsídio do preço do diesel. Quer dizer, todo mundo vai pagar para que o diesel seja um pouco mais barato. Isso porque mexer na política de preços da Petrobras significaria a afastamento do presidente Pedro Parente e a criação de outra crise. Por outro lado, a reclamação contra a alta do diesel encontra eco na sociedade indignada – com razão – com os aumentos em série dos combustíveis. Bastava um estopim. O governo pretendia entrar o mês de junho batendo bumbo para as conquistas na área econômica, campanha que não tem mais sentido. A marca do final deste governo é mais essa crise.,

Com informações de Carolina Bahia​ / NSC TV

Notícias Relacionadas

Procon autua posto de combustíveis por preço abusivo em Criciúma

Operação irá fiscalizar 40 estabelecimentos do município, três já foram autuados.

Instituições de ensino da região informam sobre situação das aulas

Petroleiros deflagram greve de 72 horas a partir de quarta-feira

Abastecimento chega ao limite em Imbituba

Postos de combustíveis e supermercados devem liquidar seus estoques até a próxima terça-feira (29).