Geral

Morador de Cocal mantém canil com 110 cães

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

O animal de estimação costuma ser, para muitos, mais um membro da família. Recebem nome, têm o seu próprio espaço, seguem regras e ganham muito carinho. A maioria das famílias, porém, costumam ter um ou dois animais, só que para o morador de Cocal do Sul, Vanderlei Crozetta Pizoni, conhecido como Jovem, esse número foi aumentando, aumentando e hoje ele cuida de aproximadamente 110 cães. Em entrevista para Portal Clicatribuna, ele explica que essa dedicação aos cachorros começou em 2007. “Em 2007 a minha esposa comprou um poodle, o Pingo, lá para a nossa casa e a gente vai criando amor e começamos a recolher as cadelas grávidas e os doentes das ruas e levávamos para a nossa casa, no Centro. Só que quando eu tinha 54 cachorros lá em casa os vizinhos começaram a reclamar, era muito barulho”, comenta Jovem. Foi então que ele conseguiu um novo espaço, localizado no Bairro Linha Batista, cedido por um empresário, para continuar realizando o seu trabalho.

Com a ajuda da ONG Patas e Pegadas, da prefeitura e da comunidade ele mantém esse local higienizado e trata dos cães, dando ração, água e medicamentos quando necessário. “Aqui eu tenho cachorro aleijado, tem alguns que dão ataque epilético, então eu pego na rua aqueles que estão doentes, mas agora não tenho mais condições, já são muitos”, afirma. Contando com a ajuda da esposa, que vai ao local a cada dois dias, Jovem não deixa de visitar os amigos um dia sequer. “Faz três anos que eu cuido deles aqui e é todo dia, não tem Natal, não tem Ano Novo, venho todos os dias”, declara. Para seguir essa rotina ele teve que mudar completamente a sua vida. “Eu era cabeleireiro e tinha um salão, mas desde que comecei a cuidar dos cachorros ficou muito difícil, as pessoas iam ao salão e estava sempre fechado porque eu saía para pedir ajuda na comunidade e para tratar dos cachorros. Então eu tive que fechar o salão e hoje trabalho em uma cerâmica, na parte da noite, um dia sim e um dia não”, conta. Mesmo com tanta dedicação, Jovem não se importa e pensa em fazer ainda mais pelos amigos de quatro patas. “Eu tenho um amor muito grande por eles, é a minha paixão. Estou até pensando em fazer um quartinho aqui, colocar um fogão e ficar mais aqui. Eles são a minha vida”, declara.

Doações são bem-vindas e necessárias

Mesmo usando uma parte de seu salário – às vezes todo, como ele mesmo revela – e contando com a ajuda da ONG, da prefeitura e da comunidade, Jovem não consegue dar conta das despesas que têm com o canil e deixa o seu telefone à disposição para aqueles que quiserem entrar em contato e fazer a doação de ração, que é o que ele mais precisa. O telefone de contato é 9696 8124.

Feira de adoção será realizada hoje

Para ajudar a dar um novo lar para alguns dos cachorros que estão sob os cuidados de Jovem e também de outros voluntários, o Colégio Cocal, em parceria com a ONG Patas e Pegadas, realiza nesta quarta-feira, das 14h às 18h, na praça da igreja Matriz de Cocal do Sul, uma feira de adoção. Do canil serão colocados para adoção aproximadamente 15 filhotes. Os interessados devem comparecer ao local portando RG e comprovante de residência. Essa é a primeira feira de adoção realizada pela instituição. Um ponto de coleta de ração também será montado no local. Além desse evento, uma campanha de conscientização sobre abandono e maus tratos a animais está sendo feita com os alunos, promovendo uma série de atividades interdisciplinares sobre o tema. No Dia da Independência a escola confeccionou uma camiseta com a logo da ONG que foi usada por funcionários, pais e alunos no desfile cívico.

Segundo Jovem, essa conscientização é de extrema importância. “Gostaria de pedir que as pessoas não envenenem os cachorros, porque eles nem morrem na hora, ficam sofrendo. Outra coisa que não se deve fazer é dar ossos para os cachorros, eles engolem depois machuca, acaba dando um monte de problema, a própria veterinária já disse que não se deve dar osso. Deus fez os animais antes de nós e nós temos que cuidar bem deles. Aqui é como se fosse um centro de recuperação. O que eu não quero pra mim eu não devo fazer para eles também”, ressalta.