Segurança

MP apresenta denúncia contra policial de Tubarão por chacina

Foto: Divulgação

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O Ministério Público – MP denunciou o policial militar de Tubarão, R. S., 52 anos, como autor da chacina que matou cinco pessoas da mesma família em Porto Alegre (RS). Entre as vítimas, está o próprio filho do policial, um bebê recém-nascido.

O subtenente aposentado foi denunciado por cinco homicídios qualificados e por alterar a cena do crime. A denúncia, assinada pela promotora Sonia Mensch, foi entregue na tarde desta segunda-feira à 2ª Vara do Júri da capital gaúcha. 

A chacina foi levada a cabo dentro da casa das vítimas, na Zona Norte de Porto Alegre, e descoberta só uma semana depois, no último dia 2 de junho. Os corpos já estavam em estado avançado de decomposição.

Foram assassinados Lourdes Felipe, de 64 anos, seus filhos Walmyr Felipe Figueiró, 29, e Luciane Felipe Figueiró, 32, e os netos João Pedro Figueiró, cinco anos, e Miguel, de um mês. 

Quatro das vítimas foram executadas com tiro de revólver calibre 22 na cabeça. O bebê morreu asfixiado sob o corpo da mãe. 

Segundo o MP, as qualificações para o crime, no caso do homicídio de Luciane, mãe do bebê, foram pela motivação torpe e por dificultar a defesa da vítima. 

Para o assassinato da criança, o crime foi qualificado também por motivo torpe e por impossibilitar a defesa, e ainda com os agravantes de se tratar de menor de 14 anos e de ser contra descendente.

No caso da mãe de Luciane, do irmão e do outro filho menor dela, o MP entendeu que os crimes foram cometidos para assegurar a impunidade sobre os primeiros assassinatos, além de ter impedido a defesa das vítimas. 

A denúncia também aponta que, para garantir as mortes, o denunciado deixou o gás do fogão ligado. Com a intenção de fazer parecer que a motivação do crime pudesse ter relação com o tráfico de drogas, o policial teria colocado dez pacotes de maconha e cocaína sob o corpo de Walmyr, que seria dependente químico.

Relembre

Segundo apontaram as investigações, o crime seria uma vingança do suspeito contra Luciane. Os dois se conheceram quando ela veio a Tubarão visitar familiares. Ronaldo teve um relacionamento extraconjugal rápido com a mulher e ela ficou grávida. O policial, porém, não queria que Luciane tivesse o filho.

A polícia ouviu mais de 60 pessoas em Tubarão e descobriu que a chegada do bebê teria alterado os ânimos de Ronaldo. Testemunhas afirmaram que ele teria oferecido dinheiro aos familiares e arquitetado planos para tentar eliminar Luciane e o bebê. 

As ideias incluíram envenenar o recém-nascido ou simular um acidente ou assalto ao carro da família. O policial aposentado também é acusado de tentar subornar uma funcionária do laboratório para alterar o exame de DNA que atestou a paternidade dele.

Ronaldo dos Santos está preso no Presídio Militar de Porto Alegre desde o dia 9 de junho. Segundo a delegada Luciana Smith, ele nega a participação no crime. Outro homem, pessoa próxima do policial e familiar das vítimas, também está detido desde o dia 11 de julho em prisão temporária. Outros dois familiares, presos no mesmo dia, já foram liberados.

Com informações do Jornal Diário do Sul