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Na construção civil, elas têm espaço garantido

Foi nos canteiros de obra que Mariléia Borges encontrou a realização profissional

Mariléia Borges Genuíno é uma guerreira. E assim como várias outras mulheres, ela procurou a realização profissional. Porém, diferente de muitas, encontrou a felicidade em fazer o que gosta em um lugar que até pouco tempo não era habitado pelo público feminino: a construção civil.

A mudança de profissão aconteceu há quase dois anos, quando conquistou a oportunidade que precisava por meio da Construtora Corbetta, associada do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) de Criciúma e Região. “Gosto de trabalhar na construção civil. Aqui tenho toda a liberdade e, com isso, posso desempenhar o meu serviço de melhor forma”, fala.

A profissão, segundo ela, é aprovada pela família. Mariléia diz que é incentivada pelos quatro filhos. “Eles sempre dizem que tenho que fazer o que gosto, e trabalhar em obra foi onde me encontrei. Sou feliz aqui”, afirma. Ela confessa que até já tentou se afastar da atividade por um período, mas se arrependeu. “No dia seguinte que deixei a obra senti falta, quis voltar, mas tive que esperar um período. Quando surgiu nova oportunidade, logo agarrei e hoje faz 10 meses que estou na empresa novamente”, completa.

O dia da moradora do bairro Mineira Nova inicia cedo. Às 5h30min ela acorda para fazer as atividades domésticas e se arrumar para ir trabalhar. Às 7 horas chega ao canteiro de obras, local que permanece até as 17 horas efetuando a limpeza da construção. “Muita gente pensa que carrego tijolo, cimento, que faço serviço pesado, mas, na verdade, eu cuido da limpeza, mantenho limpo o refeitório, banheiros e recolho o material que não será mais usado na obra. Ajudo a manter tudo organizado, contribuindo para que o serviço dos meus colegas também flua melhor,” observa. 

O presidente do Sinduscon, engenheiro Jair Savi, lembra, neste Dia Internacional da Mulher, que a colaboração feminina na construção civil é essencial para a perfeita finalização da obra. “Com a delicadeza e percepção que elas têm, é muito mais fácil manter o canteiro de obras limpo e organizado”, frisa.

A garra e determinação de uma empreendedora

Quando uma mulher quer algo, ela não desiste até conseguir. Você certamente já deve ter ouvido esta frase. Na vida da empreendedora Miriam Doneda, as palavras se aplicam perfeitamente. Quando o marido resolveu abrir o próprio negócio, ela não entendia muito de computação e, muito menos, de marcenaria. Hoje, dois anos depois, quem a vê criando peças em programas de computador especializado e comandando uma máquina de corte a laser nem imagina que o aprendizado inicial se deu em apenas três dias.

“Quando meu marido iniciou com a atividade eu não queria me envolver, mas de uma hora para outra tive que começar a ajudá-lo. Precisei aprender tudo muito rápido. Quando os técnicos vieram instalar a máquina acharam estranho o fato de eu não ter conhecimento dos programas, pois, geralmente, as pessoas que compram o equipamento já os dominam. Como eu não tinha tempo para fazer curso, resolvi aprender por conta própria. Comecei a pesquisar, ler e a mexer sozinha. Hoje já sei bastante e a cada dia aprendo coisas novas”, fala.

Atualmente Miriam é responsável pela criação dos modelos e por comandar a máquina, enquanto o marido realiza o contato com os clientes. Em pouco tempo, o negócio está alavancando, sendo que as mercadorias estão sendo bem aceitas e a quantidade de clientes vem crescendo. De acordo com ela, a maior alegria é ver que os clientes estão satisfeitos com o trabalho. Para alcançar o resultado, a dedicação é diária. “É uma experiência diferente, que tem dado resultado. Estamos trabalhando direto, às vezes fico até meia-noite, uma hora, trabalhando”.

Para montar o negócio, o casal teve ajuda da Credisol, Instituição de Crédito Solidário que oportuniza crédito para as pessoas que trabalham por contra própria formalmente ou na informalidade, que têm dificuldades de acesso ao crédito no sistema financeiro tradicional, e que desejam implantar, ampliar ou melhorar seu negócio. “A Credisol deu uma ajuda boa. É uma mão que eles estendem pra gente”, coloca Miriam.

Colaboração: Amanda Tesman/Ápice Comunicação

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